É HORA DE TOAREM AS TROMBETAS DA INDIGNAÇÃO
KILAS
O Verão está a dar as últimas. Depois de um intenso mês de Agosto, felizmente já retirado, paira no ar uma leve brisa que nos ajuda a “respirar” mais confortavelmente.
No entanto, os problemas criados pelo Polis com o imprescindível apoio da Câmara continuam actuais e a importunar o nosso quotidiano: o caos provocado pelo trânsito persiste; o estacionamento selvagem não desarma; o abuso na ocupação da via pública pelos proprietários dos bares, dos restaurantes, das lojecas goza de total impunidade; as ruas, largos e pracetas, alvos da intervenção do Polis apresentam um aspecto nauseabundo e pestilento, onde o lixo se acumula e o fedor de latrina oriundo da rede de esgotos públicos incomoda; o ruído a qualquer hora da noite não é reprimido, principalmente no Largo da Meia-Laranja, onde a confusão e o barulho provocado pelos bares é tal que faria inveja a uma qualquer “rave”; as asneiras urbanísticas projectadas e concretizadas pelo Polis erguem-se com toda a sua pujança e prometem continuar a surpreender-nos, porque a incompetência dos seus mentores é inesgotável. A propósito, não seria possível exterminá-los ?
Perante este cenário que mais se poderá acrescentar ? Tudo é mau de mais para ser verdade e tudo se passa nas barbas de quem tem autoridade para agir e minorar as bestialidades que se cometem - as forças policiais e, sobretudo, a Câmara.
Estas parecem indiferentes a tudo o que as rodeia e não actuam em nenhuma circunstância, mesmo quando instadas a fazê-lo. Será por comodismo ? Será por incompetência ? Ou será, ainda, que têm instruções para assim proceder ? Se for este o caso, quais os objectivos obscuros que pretendem atingir ?
Custa a acreditar que os albufeirenses assistam com tanta passividade à destruição e degradação da sua terra e não se oponham vigorosamente a este estado de coisas. Com excepção de uma ou outra voz que ousa dizer que “o rei vai nu”, não se ouvem outras vozes críticas vindas quer de associações (Amigos de Albufeira, por ex.), quer mesmo dos partidos políticos, principalmente o Partido Socialista, porque no que toca ao PSD, estamos conversados.
ONDE PÁRA O PARTIDO SOCIALISTA?
Impõe-se aqui perguntar: onde pára o Partido Socialista ? Será que encerrou para balanço ou também, neste caso, tem telhados de vidro ? Apareçam e tomem posição sobre a “desgraça” que se abateu sobre Albufeira, muito por culpa dos delírios paranóicos de alguns senhores que decidiram remodelar esta terra de acordo com os seus aberrantes critérios.
A propósito, o que fazem os dois vereadores socialistas no executivo camarário ? Serão meras figuras decorativas e só vão às reuniões para receber a senha de presença ? Ou apenas lá estão para aproveitar as oportunidades para participar nas festas mundanas que se realizam neste concelho e assim poderem conviver com a “nata”desta sociedade ?
Para tão discreto protagonismo, melhor seria que se demitissem. Pelo menos poupar-se-ia algum dinheiro ao erário público.
Contudo, se acham que a sua presença é importante e não se revêem em nenhum dos cenários que atrás refiro, então demonstrem-no. Foi para isso que foram mandatados por quem os elegeu e aceitaram fazer parte da vereação. Publicitem as suas tomadas de posição, as suas discordâncias, as suas objecções, enfim, façam ouvir as suas vozes, apesar de estarem em minoria. De outra forma até parece que estamos perante um conluio, e eu recuso-me a acreditar que assim seja.
Tanto mais que temos o exemplo vindo da Câmara de Lisboa, onde um simples vereador sem pelouro consegue, não só provocar o embargo do Túnel do Marquês, como também “entalar” o respectivo Presidente, pelo facto de um qualquer “pato bravo” levar a cabo a construção de um prédio de grande porte, durante 11 (onze) meses, sem qualquer licenciamento. Naturalmente que tal ilegalidade teria resultado de uma inocente “distracção” do executivo.
Seria de todo aconselhável que os vereadores socialistas da Câmara de Albufeira, apesar de estarem em minoria, tomassem a atitude daquele vereador, mesmo sem pelouro, como um estímulo para se tornarem mais interventivos e actuantes. Com certeza que as ocasiões para “mostrar serviço” não lhes faltarão. Haja coragem!
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