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Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

Hipocrisia à portuguesa

albufeiradiario, 30.11.09

O NOVO CRIME DO PADRE AMARO

ZÉ D'ALBUFEIRA                         crimeamaro_xl

Alvo do falatório popular, o caso do padre que em terras do Basto um dia se perdeu de amores por uma bela paroquiana parece estar em vias de constituir escândalo nacional, por via de certa imprensa ávida de estórias que vendam papel e programas televisivos que, sem olhar a meios, se digladiam dia após dia na guerra das audiências.

Só num país culturalmente rasca como o nosso, retalhos da vida íntima de um cidadão saltam assim para a ribalta, onde cada um se arroga o direito de ser juiz em causa alheia.

A propósito deste caso, muita asneira tem vindo a lume, sem cuidar de saber se será legítima a devassa da vida privada de dois seres cujo "pecado" consubstancia, apenas e só, o uso de um direito de cidadania: amarem-se e juntarem os seus destinos.

Haja bom senso. É dever de todos respeitar o foro íntimo de cada um. Tal como não é lícito questionar a decisão de quem opta por uma existência dedicada a Deus, tampouco será justo julgar na praça pública um cidadão que dá novo rumo à sua vida, movido por uma nova vocação.

* foto Bibliblog

 

Iluminações reduzidas

albufeiradiario, 29.11.09

NATAL DE CRISE

ZÉ D'ALBUFEIRA       d.r.

O pórtico de Natal dos paços do Município vai minguando ano após ano. Vítima também ele do apertar dos cordões à bolsa a que os poderes públicos são obrigados, por força da crise que grassa por todos os lados. Aliás, as iluminações de Natal inauguradas sexta-feira dão disso boa nota. A própria autarquia admitiu ter engalanado as mesmas artérias de outros anos, mas com menos motivos e, obviamente,  menores custos.

Mas francamente, a pergunta coloca-se com pertinência: teria sido mesmo necessário reduzir as dimensões do pórtico colocado na praça mais nobre e emblemática do poder local democrático em Albufeira? Penso que um pórtico de maiores dimensões e mais vistoso (e atractivo), no mínimo idêntico aos de épocas passadas, não iria agravar por aí além, no cômputo geral, nem os consumos previstos nem os custos orçamentados.

Às vezes, para mostrar que são rigorosos e poupados os nossos políticos cometem exageros que, no fundo, não representam qualquer benefício para o bem comum. Servem apenas para fazer passar a imagem que no momento lhes convém.

 

*fotos ALBUFEIRAsempre                                                                                             d.r. 

Aumenta o fosso

albufeiradiario, 28.11.09

RICOS E POBRES

CADA VEZ MAIS AFASTADOS

ZÉ D'ALBUFEIRA                 

Duas peças seguidas no alinhamento do Telejornal da hora do almoço, colocaram em evidência o crescente (e gritante e aviltante) contraste patente entre os portugueses que vivem (cada vez mais) mal e aqueles a quem a vida corre de vento em poupa, ou as negociatas vão dando bom fruto. Tudo isto perante o desprezo (ainda mais gritante e mais aviltante) dos nossos governantes, travestidos em salvadores da Pátria mas sem categoria para dirigir os negócios do Estado, seguramente mais preocupados em abafar os escândalos que a ritmo alucinante os envolvem.

Na primeira, um responsável do Banco Alimentar Contra a Fome (que realiza este fim-de-semana mais um peditório nacional) apontava o dedo ao aumento exponencial das famílias que recorrem sistematicamente à caridade institucional. De organismos não governamentais, entenda-se.

Logo a seguir, representantes das agências de viagens a esfregar as mãos de contentes e a admitir que a quadra natalícia que se aproxima lhes irá salvar o (fraco) ano turístico. Tal é o montante de ganhos previstos em resultado de um enorme incremento das férias no estrangeiro por parte de cidadãos endinheirados.

*foto Tribo de Escoteiros

 

Lagoa dos Salgados

albufeiradiario, 27.11.09

ORGANISMOS PÚBLICOS

IGNORAM ATENTADOS AMBIENTAIS

 

ZÉ D'ALBUFEIRA     Lagoa dos Salgados d.r.

Os organismos responsáveis pelo meio ambiente algarvio vêm-se entretendo num inqualificável jogo de empurra, sacudindo cada um a água do seu capote e endossando sistematicamente para outros as responsabilidades que, somos levados a concluir, não são de ninguém. Mas são de todos.

A Lagoa dos Salgados, tão maltratada nos últimos anos por toda a gente, particulares e, mais grave, organismos oficiais - vítima constante de crimes ambientais denunciados por alguma comunicação social, associações ambientalistas e blogosfera (onde nos incluimos com a nossa pequenez e humildade, mas enorme vontade de servir a comunidade) - é um dos poucos paraísos portugueses de nidificação de aves migratórias em vias de extinção, que "alberga milhares de aves de dezenas de espécies, algumas raras e ameaçadas", segundo a SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

Esta incomensurável riqueza natural que o nosso concelho divide com o vizinho concelho de Silves foi justamente escolhida, não há muito, para em conjunto com outras importantíssimas zonas húmidas desta região à beira-mar plantada, dar uma mãozinha ao (decadente?) turismo algarvio, procurando atrair uns milhões de potenciais viajantes que percorrem o mundo na prática do chamado birdwatching, ou seja, observação de aves.

Um estudo científico encomendado pelo Turismo do Algarve e a SPEA determinaram esta opção.

Mas - há sempre um mas - a primeira dificuldade encontrada é justamente o desprezo votado à Lagoa dos Salgados pelos organismos oficiais com responsabilidades directas na preservação da Natureza. A acusação parte da SPEA, cuja autoridade na matéria é sobejamente conhecida e geralmente reconhecida.

Para completo esclarecimento, a seguir transcrevo a peça que a Lusa hoje difundiu pelas redacções.

 

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) acusou hoje os organismos públicos responsáveis pela fiscalização ambiental na Lagoa dos Salgados, no Algarve, de nada fazerem para evitar os atentados que vêm reportando desde 2008.

A Lagoa dos Salgados, situada nos limites dos concelhos de Albufeira e Silves, é uma das poucas zona húmidas do Barlavento algarvio e alberga milhares de aves de dezenas de espécies, algumas raras e ameaçadas.

O local é frequentemente visitado por turistas praticantes da observação de pássaros ("Birdwathing"), mercado que está a merecer investimento por parte do Turismo do Algarve.

A SPEA afirma que tem denunciado às autoridades um conjunto de atentados ambientais contra a Lagoa, que vão desde "cães vadios que atacam aves, gado que pasta na lagoa e come vegetação aquática, parapentes e aviões que sobrevoam o local a baixa altitude ou veículos todo-o-terreno que andam ilegalmente na zona".

"A situação é grave e não apenas por não haver fiscalização mas pelo facto de esses atentados serem detectados desde 2008 pela SPEA e até por visitantes, que se queixam às autoridades competentes e estas não fazem nada", lamentou Domingos Leitão, coordenador do Programa Terrestre da Sociedade, em declarações à Agência Lusa.

Para a SPEA, "têm de ser as Câmaras Municipais de Albufeira e de Silves a capturar os cães, tem de ser a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e a GNR a intervir junto dos pilotos e condutores que violam o espaço da lagoa ou a perseguir as pessoas que armadilham os pássaros".

Contactada pela Agência Lusa, fonte da CCDR Algarve informou que a fiscalização ambiental na Lagoa dos Salgados deixou de ser da sua competência passando para a tutela da ARH do Algarve.

A ARH, por seu turno, disse que "está a trabalhar na requalificação desse espaço, que irá minimizar os problemas verificados" na zona da Lagoa dos Salgados, mas não avançou nenhum horizonte temporal para este processo estar concluído.

O responsável pelas relações públicas da GNR de Faro afirmou que "nunca recebeu denúncias concretas sobre crimes ambientais na Lagoa dos Salgados" e "não se pronuncia sobre situações que desconhece e sobre as quais pode nem ter competência".

A mesma fonte sublinhou que "este ano a GNR já deteve quatro pessoas por infracções relacionadas com armadilhas a aves" e assegurou que o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da Guarda "investigará todas as denúncias concretas que receber relativamente a crimes ambientais na Lagoa dos Salgados".

Fonte da câmara Silves informou que o vereador com o pelouro do Ambiente, Rogério Pinto, "já enviou equipas da autarquia ao local, mas estas não conseguiram encontrar nenhum cão vadio e não podem estar no local 24 sobre 24 horas".

"Há ainda regras a cumprir na captura dos cães e à volta da lagoa há terrenos privados nos quais não se pode entrar", acrescentou.

A Câmara de Albufeira, através do vereador José Sequeira, também garantiu que "sempre que há denúncias a autarquia envia os serviços para o local", mas sublinhou que a última queixa recebida da SPEA data de 17 de Junho de 2009 e nessa altura "não foi detectado nenhum cão errante na pequena parte da Lagoa que está no concelho".

Agência Lusa

 

Quem fala assim...

albufeiradiario, 27.11.09

 

As obras do Programa Polis foram uma autêntica palhaçada. Começando pelo Largo Engenheiro Duarte Pacheco, que para mim será eternamente a Meia-Laranja, a calçada que por ali foi reposta, de calçada não tem nada. São, unicamente, pedras colocadas no solo sem qualquer alinhamento. Seguimos a Avenida Eduardo Rios e, por aí, o panorama é ridículo - lajes partidas e sobressaídas do solo. Quem por ali passeia volta e meia, catrapumba, e lá vão para o Centro de Saúde com as costelas, pernas ou braços partidos e nalguns casos o nariz descascado. Então isto é qualidade de vida?

 

                                                                    José Rita in A Avezinha

 

Herança Polis

albufeiradiario, 26.11.09

MISERICÓRDIA ALVO DE DISCRIMINAÇÃO

ZÉ D'ALBUFEIRA               d.r.

Depois de espoli(s)ada, a Misericórdia não vê reconhecido por quem de direito o direito a uma entrada própria, no mínimo idêntica à que lhe foi retirada.

Expliquemos.

Aquando da malfadada intervenção Polis, a Santa Casa da Misericórdia de Albufeira foi coagida a ceder o terreno para abertura do novo arruamento que faz a ligação entre o INATEL e a Rua do Oceano. Não obstante ter sido vítima da panelinha entre a Sociedade PolisAlbufeira e a Segurança Social distrital (proprietária dos terrenos; a SCMA tem o direito de superfície) a centenária Irmandade albufeirense cedeu de bom grado ao interesse público, não sem que antes tivesse, legitimamente, pedido algumas pequenas contrapartidas. Prometidas mas nunca cumpridas. Contando-se entre elas uma entrada condigna, em substituição da então existente à beira do passeio da Rua Almirante Gago Coutinho. 

O local onde, naturalmente, face ao ordenamento dado aos novos arruamentos, fazia sentido considerar a entrada das instalações sociais da Santa Casa, é-lhe negado com a alegação de que se trata de espaço público, remetendo os seus domínios para lá do início da calçada, algumas dezenas de metros acima. O que não faz qualquer sentido, uma vez que o troço em questão apenas serve a Santa Casa e mais ninguém. Não se percebendo que a Câmara tivesse mandado retirar uma corrente que a Santa Casa ali colocou (e muito bem, quanto a nós) para reservar o acesso de veículos. Resultado: impossibilitada de ser senhora da sua entrada, a Misericórdia vê amiúde obstruída a circulação do autocarro e de algumas carrinhas de serviço, por irregular estacionamento de veículos, sobretudo no verão. Mas não só no verão. Ainda recentemente uma viatura do Município ali estacionada em contravenção e a impedir a passagem  teve de ser retirada pelo chefe dos motoristas da Câmara, utilizando uma segunda chave, por não ter sido possível localizar o condutor. Soube-se mais tarde, tinha ido ao balcão da Segurança Social. Muito provavelmente para tratar de assunto da edilidade...

Mas não é tudo.

A confirmar a discriminação de que é alvo a Misericórdia, a Fundação Silva Leal, que explora a creche O Búzio (para além de outros equipamentos sociais e de saúde do concelho) tem direito a parque privativo no espaço público, mesmo ao lado da entrada negada à Santa Casa, que se aos mais pobres entre os pobres e assiste aos que a sociedade rejeita.

*foto ALBUFEIRAsempre

 

d.r. SCMA

 

Azar o nosso

albufeiradiario, 25.11.09

"LUCROS" IAM PARA ESPANHA

ZÉ D'ALBUFEIRA                                              Os detidos, filmados em vários hotéis, foram ontem ouvidos por um juiz no Tribunal de Albufeira d.r.

O produto, no valor de largos milhares de euros, dos furtos levados a cabo pelo gang franco-argelino capturado pela GNR  de Albufeira, terá tido como destino a vizinha Espanha.

Vejam lá o azar da nossa querida terrinha. Já não bastava os lucros fabulosos das grandes superfícies comerciais, das grandes empresas de construção, das grandes cadeias hoteleiras e de diversos outros grandes investidores serem todos canalizados para fora do concelho, senão agora também os lucros dos grandes criminosos serem desviados para lá das nossas fronteiras...

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Quase esquecida

albufeiradiario, 24.11.09

VEM AÍ A FEIRA FRANCA

ZÉ D'ALBUFEIRA             d.r.

A presença das primeiras roulottes junto ao campo de futebol da Palmeira faz supor a aproximação da feira franca.

Sem o fascínio de outros tempos, em que se anunciava a banha da cobra, após exibição dos ditos répteis para captar as atenções, e se cantavam quadras noticiando os mais recentes crimes ocorridos no País (a comunicação social não era o que é), ela aí está para alegria dos mais pequenos. Porém, quase esquecida, sem a mínima referência na agenda do Município.

Se não for tomado em conta o fim-de-semana (não se sabe, ninguém diz nada), o popular certame terá lugar a 29 e 30 do corrente, dias que lhe são tradicionalmente destinados.

*foto ALBUFEIRAsempre

 

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