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Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

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Autárquicas 2017

albufeiradiario, 08.09.17

Albufeira: que desfecho?

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ZÉ D'ALBUFEIRA

E agora, caros eleitores? Como é?

Com a rejeição, em última instância no nosso País, pelo Tribunal Constitucional, da candidatura de Ana Vidigal, a luta pela cadeira do poder dos paços do Município ficará reduzida a dois contendores: Carlos Silva e Sousa, o atual presidente, do PSD, e Ricardo Clemente, o jovem candidato do PS.

A menos de um mês das eleições autárquicas - e quando ainda vai decorrer a campanha propriamente dita -, face ao facto novo que veio alterar substancialmente a correlação de forças até aqui existente, há que fazer uma curta e despretenciosa análise das  candidaturas em confronto.

Isto sem ignorar que, até ao dia 1 de outubro, muita água correrá sob as pontes. E todas as análises aqui efetuadas poderão cair por terra.

Faço-o na expetativa de poder de algum modo contribuir para a clarificação da situação, sem que isso tenha a ver minimamente com as minhas relações pessoais com os visados, bem pelo contrário, numa perspetiva de total isenção e objetividade e tendo em vista unicamente suscitar uma ampla e proveitosa discussão sobre o tema cada vez mais atual para os albufeirenses e para o futuro do concelho de Albufeira.

Claro está, sem ignorar os restantes cabeças de lista em confronto - que, em boa verdade, não dispõem de quaisquer hipóteses de ser eleitos, pese embora tal possibilidade não poder nunca ser de todo descartada.

Carlos Silva e Sousa (PSD) - Inaugurou o mandato com uma jogada de mestre, definindo-se como bom estratega: convencendo dois vereadores da oposição a assumirem pelouros a tempo inteiro, sem quaisquer arranjos partidários, transformou o empate técnico obtido à boca das urnas [3 PSD, 3 PS e 1 VIVA] numa confortável maioria.

Porém, o atual presidente, que se recandidata após o exercício de um mandato monótono e insipiente, surge identificado pelo cinzentismo da sua atuação à frente dos destinos do Município. Não deixa obra feita e fica a dever-se à sua passividade o agudizar de muitos dos problemas que pontificaram a ordem do dia da autarquia. Nomeadamente a questão do turismo rasca que se estendeu entre a baixa da cidade e a zona da Oura e se refletiu negativamente na imagem interna e externa de Albufeira; a acentuada degradação da higiene urbana (que é uma vergonha!) e ambiente geral da cidade; a total ausência de uma política de habitação social; e a deficiente atuação da Polícia Municipal, que persegue (alguns) legais, ignora os ilegais e dá mostras de não saber exatamente quais as suas funções.

Não obstante, parte em vantagem sobre os adversários pelo facto de ser o atual ocupante da cadeira presidencial, representar o partido que inegavelmente tem maior peso eleitoral no concelho e dispôr de uma máquina que, no terreno, integra o melhor  especialista de comunicação e marketing político da nossa praça. E, last but not least, não enfrentar uma oposição digna desse nome.

Ricardo Clemente (PS) - É o protótipo de "muita parra e pouca uva".

Não conseguiu construir uma alternativa credível nem parece ser capaz de o fazer até à data do escrutínio. Promete um "programa de ação para Albufeira", mas ainda nada de concreto apontou sobre as medidas reais a adotar com vista à sua implementação.

Não conseguimos descortinar em que se baseia para afirmar que vai ter maioria absoluta.

Talvez um mandato como vereador na oposição (sem fazer como um seu correligionário, no mandato que ora finda, que se prostituiu para obter um lugar de vereador em regime de permanência) lhe granjeie traquejo suficiente para se bater melhor preparado e com mais fortes argumentos numa futura ida às urnas.

Manuela Jorge (CDU) - Professora em Albufeira, não se lhe conhece atividade política marcante localmente. Mais um candidato para fixar o eleitorado comunista, que nos habituou a não ter qualquer eleito no executivo nos últimos mandatos.

Jorge Loureiro (CDS) - Depois de tentar mobilizar, sem êxito, uma figura forte de outro universo partidário, a formação de Assunção Cristas (que curiosamente figurou no único outdoor centrista alusivo a estas eleições até hoje visto em Albufeira) decidiu-se por um ilustre desconhecido com passagem fugaz por uma assessoria camarária da nossa terra. Da qual, aliás, vive afastado cerca de duas centenas de quilómetros.

Isabel Machadinho (PAN) - Simpática e bem conhecida funcionária da CMA há mais de 3 décadas.

Apesar da forte militância em favor dos animais, que a levou a propor no âmbito do orçamento participativo de 2015 (que logrou vencer) o Centro de Bem Estar Animal recentemente inaugurado, não tem currículo político nem suporte partidário que lhe permita sonhar com a eleição. 

Sandra Costa (BE) - ?

 

NA - É certo que o VIVA poderá ainda recorrer para o competente Tribunal europeu, mas a fraca prestação do seu staff desde a primeira rejeição pela Secção Cível de Albufeira e durante todo o processo, não deixa espaço de manobra para podermos admitir tal ideia.