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Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

A poesia de

albufeiradiario, 17.05.25

Manuel dos Santos Serra

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2014

O sol insiste
A cortina húmida dos olhos persiste

As cidades
As grandes planuras,
A epiderme verde das montanhas,
Os rios languidos de sede,
Escondem-se na bruma.

A sagrada aliança
Do sol nas flores
E a razão do olhar
Lhe pintar as cores,
Quebrou-se na prisão
Fechada ao ar livre
A cadeados de agonia,
De um povo exilado de agonia,
De um povo exilado da alegria
A cumprir pena
Às mãos da tirania !

Manuel dos Santos Serra, in Arquipélago de Vozes

Feliz iniciativa da Confraria da Sardinha com o apoio da CMP

albufeiradiario, 16.05.25

Portimão Terra da Sardinha

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                                                                                                                                                      ALBUFEIRA SEMPRE

ZÉ D'ALBUFEIRA

Sou um felizardo.

Por especial deferência da Confraria Gastronómica da Sardinha de Portimão, que em boa hora a editou, chegou-me às mãos a obra 'Portimão Terra da Sardinha', recentemente dada à luz com o patrocínio do Município local.

Sem prejuízo de futura apreciação, após leitura atenta - o que se me apraz adiantar por ora, na sequência de breve e sucinta análise superficial, é, no mínimo, tratar-se de um livro muito bem elaborado (nos aspetos gráfico e documental), sem dúvida uma obra valiosíssima do ponto de vista histórico, mas também científico, económico, etnográfico e... gastronómico.

Estão de parabéns a Confraria, a Câmara Municipal e quantos, de algum modo, participaram nesta feliz iniciativa, de inegável valor social no presente e no futuro da cidade de Portimão e das suas gentes.

A poesia de

albufeiradiario, 10.05.25

Manuel dos Santos Serra

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Velhice

A vida tornou-se rasa
Sem sinais de percurso
A marcar obrigações,
Não tem curvas
Nem paragens,
É uma sombra do antes
De sobrepostas imagens

Manuel dos Santos Serra, in Arquipélago de Vozes

A poesia de

albufeiradiario, 03.05.25

Manuel dos Santos Serra

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As mulheres do Sul

Morenas
De cabelos negros
Olhos cintilantes como estrelas
E o corpo sinuoso de serpente,
Lembram bailarinas
Das mil e uma noites
As mulheres mediterrânicas,
Essa obra de perfeição de Deus
Misturada de tentações satânicas!

Manuel dos Santos Serra, in Navio Ancorado ao Sol

DIA DO TRABALHADOR

albufeiradiario, 01.05.25

1º de Maio

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Há Maio em cada rosto
em cada olhar
que passa pelo asfalto da Avenida
Há Maio em cada braço
que se ergue
há Maio em cada corpo em cada vida

Há Maio em cada voz
que se levanta
há Maio em cada punho que se estende
há Maio em cada passo
que se anda
há Maio em cada cravo que se vende

Há Maio em cada verso
que se canta
há Maio em cada uma das canções
há Maio que se sente
e contagia
no sorriso feliz das multidões

Há Maio nas bandeiras
que flutuam
e mancham de vermelho
o céu de anil
Há Maio de certeza
em cada peito
que sabe respirar o ar de Abril

Mas há Maio sobretudo
no poema
que se escreve sem ler o dicionário
porque Maio há-de ser
mais do que um grito
porque Maio é ainda necessário

Canto Maio e se canto
logo existo
que o meu canto de Maio é solidário
com o canto que escuto
e em que medito
e que sai da boca do operário

Fernando Peixoto in Movimentum Arte e Cultura

A poesia de

albufeiradiario, 26.04.25

Manuel dos Santos Serra

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Ritual da primavera

De braços abertos a cair do céu
Nos braços da mulher amada,
O sol de Abril abraça a Terra
A levedar-lhe o gineceu

A Natureza seduzida a florir
Beijos lascivos
De um fruto a prometer,
como beijos em lábios sequiosos de donzela
Ainda flor de um filho por nascer

Sémen multíparo
Desse amor cósmico fecundo,
O sol engravida a Natureza
E nasce a Primavera

Manuel dos Santos Serra, in Arquipélago de Vozes

Semanário Barlavento

albufeiradiario, 26.04.25

Pela liberdade, sempre

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ZÉ D'ALBUFEIRA                                               

A edição do barlavento que o leitor tem em mãos comemora a liberdade reconquistada no 25 d’Abril de 74 e, simultaneamente, uma das mais caras expressões dessa liberdade, a própria liberdade de imprensa – de que este semanário, que hoje festeja 37 anos (cheios) de vida, se pode ufanar com orgulho de todos quantos trabalham ou alguma vez trabalharam nesta casa. Alfobre de jornalistas livres e livres pensadores – há-os espalhados pelos quatro cantos da comunicação social de expansão nacional – o barlavento é, desde há muito, uma tribuna respeitada, pelos milhares de fiéis seguidores como pelos que legitimamente dele discordam. Até nos corredores do poder, onde o «gramofone» é aguardado todas as quintas-feiras com expetativa, é lido avidamente e tidas em conta as suas posições. Uma instituição assim, que sente a permanente atenção e o carinho dos algarvios, desde os que ocupam posições de relevo na sociedade e na política até ao povo anónimo, trabalhador e sofredor que procuramos servir semana após semana, só pode sentir-se feliz e realizada ao constatar que, perdoe-se-me a imodéstia, é um baluarte da liberdade de expressão no Algarve, dando voz a toda a gente, até às minorias geralmente silenciadas e esquecidas.

Por força da nossa identidade e dos princípios da liberdade que nos norteiam, estamos naturalmente atentos às movimentações que hoje procuram denegrir e calar as vozes discordantes dos grandes interesses do capital sem pátria. Sabemos que o poder económico, mas também os interesses instalados na política, tudo farão para estrangular os que persistem na defesa dos valores de Abril. Por isso, não desarmamos, não recuaremos um milímetro que seja do objetivo traçado na primeira hora: fazer um jornal livre, isento e democrático ao serviço do Algarve e dos algarvios.

(Minha coluna de opinião "Antes do mais" no «barlavento» de hoje, 26/04/2012)

DIÁRIO não diário * Zé d'Albufeira

albufeiradiario, 25.04.25

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                                                                                                                                                                                                            d.r.

25 de abril de 2025

Ousou boicotar as comemorações d'Abril sob argumento falacioso?

Quiçá lhe saia o tiro pela culatra...

Breve saberemos se o eleitorado tomará isso em linha de conta no acto de se pronunciar nas urnas.