Algarvio ilustre
NO ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO
DE JOÃO DE DEUS
.
Adeus, aldeia amiga,
Toda um jardim de flores!
Aqui o ar mitiga
E acalma as nossas dores!
Chama-me o mundo quando
Te amava com paixão;
Irei; porém deixando…
Deixando o coração.
Adeus, adeus colinas
E vastos horizontes!
Adeus canções divinas
Das aves e das fontes!
O mundo me convida
A ir-me embora! Ai, não…
Irei deixando a vida,
Deixando o coração!
[*] – São Bartolomeu de Messines, honra lhe seja feita, mantém a tradição de homenagear todos os anos, no dia do seu nascimento (8 de Março), o seu filho mais ilustre: o grande poeta e pedagogo João de Deus, figura ímpar da poesia lusitana, sobre quem Eça de Queiroz (outro grande vulto das letras portuguesas) um dia afirmou: “João de Deus é a alma poética do povo português”.
O poema acima transcrito (Despedida), escreveu-o João de Deus quando abandonou o seu rincão natal para ir definitivamente viver para Lisboa.
Presto, assim, singela (mas sentida) homenagem aos habitantes daquela simpática vila dos contrafortes da serra algarvia, por terem sabido manter bem viva, apesar dos ventos nem sempre favoráveis, a memória daquele imortal lírico algarvio (cujos restos mortais, para quem não sabe, repousam no Panteão Nacional).
ZÉ D'ALBUFEIRA
Casa-museu de João de Deus (São Bartolomeu de Messines)
.