EVA ABANDALHA GIRO
ZÉ D'ALBUFEIRA
Se não é, parece!
A teta da UE deve estar a secar e a EVA dá mostras de tudo fazer para levar a Câmara a denunciar o contrato de prestação do serviço de transportes públicos que serve a nossa cidade, o denominado Giro.
De aposta ganha e convincente, passámos em poucos meses para uma péssima prestação, com os utentes a acumularem razões de queixa.
O "Vermelho 1" e o "Vermelho 2", mais vezes do que seria tolerável, são frequentemente reduzidos a um só serviço, que soma ambos os percursos e tem uma duração muito superior aos trinta minutos programados. Resultado: os utentes vêem-se inesperadamente com as voltas trocadas, chegam atrasados aos seus destinos e, em muitos casos, perdem outros transportes. Há mesmo quem seja penalizado nos respectivos empregos por chegar atrasado.
Para além disso, mesmo sem acumulação de percursos, algumas carreiras sofrem atrasos consideráveis, sem razão aparente, mas, mais uma vez, lesivos dos interesses dos passageiros pagantes. Ainda no início desta semana, sem nenhum aumento anormal do número de utentes nem menor fluidez do trânsito, um autocarro chegou ao terminal - pasme-se! - com meia hora de atraso. O que se lhe seguia, que vinha à tabela, entrou um minuto depois...
Por outro lado, autocarros que já devem anos ao ferro-velho, provenientes de Faro e outras localidades, vêm substituir com grande frequência os giros avariados e/ou em manutenção com manifesto prejuízo para os utilizadores. Há um, já sobejamente conhecido, que "trava nos ferros" produzindo um barulho metálico infernal (e assustador), semelhante a um combóio do século XIX. Os passageiros têm medo de viajar nesse autocarro.
Acresce que, nos últimos meses, motoristas oriundos de outros sectores do universo EVA têm vindo a "fazer umas horas" no Giro, aparentemente para aprenderem a conduzir carros automáticos em percurso citadino. Mais uma vez, os passageiros são as vítimas: fazem a viagem desconfortavelmente, aos solavancos do trava-arranca, projectados amiúde contra os bancos da frente e vice-versa.
À Câmara compete acompanhar de perto este serviço público, zelando pelos interesses do Município e dos munícipes. E impondo à concessionária padrões de qualidade compatíveis com a "massa" que recebe.