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Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

Visita do Papa a Portugal - 1

albufeiradiario, 11.05.10

AS MINHAS NOTAS (SOLTAS)

ZÉ D'ALBUFEIRA                                       

FAMÍLIA. Sei que o Santo Padre não teve a culpa. O protocolo é que lhe pregou esta partida. Por que razão a família de Cavaco Silva teve o privilégio de privar com o Papa? Que se saiba, quem tem a representação do Estado Português - para isso foi eleito em sufrágio livre e democrático - é o Presidente. Vá lá que, por arrasto, levasse com ele a mulher. Tolera-se. Agora os filhos e os netos? Por que carga d'água? E por que não a sopeira e o cão?

Há em Portugal famílias católicas exemplares com dignidade suficiente para receber o Sumo Pontífice. E há famílias pobres, a quem os governantes portugueses, ante a passividade de Cavaco, romperam os bolsos e a carteira, com quem o Papa teria, certamente, melhor convivido à luz do exemplo de Cristo. E do seu antecessor na cadeira de Pedro.

 

HIPOCRISIA. Que falta de vergonha (e de coerência) teve Sócrates para assistir à missa do Papa! O governante que mais tem perseguido a Igreja Católica em Portugal no pós-25 de Abril... E que mais leis tem patrocinado contra os princípios e os valores que enformam o povo português, maioritariamente cristão.

 

MILAGRE. O ministério das Finanças foi utilizado por Bento XVI como sacristia. Poderá considerar-se uma benção. Mas... nem mesmo assim há milagre que consiga salvar as finanças portuguesas, com esta nova maioria de conveniência PS/PSD.

                                                               

Primeiro feito do nóvel clube

albufeiradiario, 10.05.10

ALBUFEIRA FUTSAL VENCE

TAÇA DO ALGARVE

ZÉ D'ALBUFEIRA                           d.r.

O Albufeira Futsal conquistou este fim de semana o primeiro título do seu palmarés.

Ao derrotar o Louletano na final da Luz de Tavira, o mais recente clube albufeirense, herdeiro do Fontainhas, trouxe para a nossa terra a Taça do Algarve de futsal. Depois de dois empates (3-3 no tempo regulamentar e 5-5 após prolongamento) o Albufeira Futsal bateu o clube do concelho vizinho no desempate por grandes penalidades, fixando o resultado final em 10-9.

*foto kebrostress.com

Imagens que falam por si - XLII

albufeiradiario, 09.05.10
                                                                                                    
                                                                                                       ALBUFEIRAsempre
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Não há um armazém onde guardar a placa
enquanto duram as obras ?
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Algarve com 2 equipas na 1ª. Liga de futebol

albufeiradiario, 08.05.10

PORTIMONENSE REGRESSA AO PRIMEIRO ESCALÃO

ZÉ D'ALBUFEIRA                           d.r.

O Portimonense conquistou o direito de participar na 1ª. Liga de Futebol, na próxima temporada, depois de uma época recheada de êxitos, em que se manteve invariavelmente entre os primeiros lugares na Liga de Honra. Hoje, em jogo da derradeira jornada, a equipa da cidade do Arade bateu um dos seus mais directos competidores na luta pela subida, a Oliveirense, em Oliveira de Azeméis, por 0-1. Ao Portimonense bastava um empate.

Regressa assim ao convívio dos grandes um dos mais lídimos representantes do Algarve na antiga 1ª. Divisão nacional, tendo conquistado nomeadamente uma presença na Taça UEFA. Os algarvios lembram-se bem de quão difícil era aos "grandes" pontuar no Estádio Portimonense.

A cidade de Portimão está emfesta. E com ela o Algarve desportivo. 

 

Nota de reportagem

O Portimonense termina a Liga de Honra na 2.ª posição com 54 pontos (em igualdade pontual com o campeão Beira Mar) e ascende à I Liga. A Oliveirense fica-se pelo 5.º lugar com 49 pontos somados.

Oliveirense - Portimonense: 0-1.

Ao intervalo: 0-0.

Marcadores:

0-1, Wilson Eduardo, 65 minutos.

Equipas:

- Oliveirense: Marco, Queirós, Banjai, Laranjeira, Jorge Humberto, Armando (Bafode, 69), Godinho, Robson (Jorge Humberto, 73), Moreira, João Pedro, Cícero, Ronaldo (Magano, 56).

(Suplentes: Jorge Silva, Magano, Bafode, Zé Pedro, Luís Coentrão, Pedrinho, Jorginho).

Portimonense: Pedro Silva, Ricardo Pessoa, João Pedro, Ruben Fernandes, Nilson, Balú, Vasco Matos (Adriano, 71), Diogo, Pedro Moita, Pires (Wilson Eduardo, 63), Garavano (Yero, 45).

(Suplentes: Alê, Anilton, Adriano, Aragoney, Wilson Eduardo, João Paulo, Yero).

Árbitro: Pedro Proença (Lisboa).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Garavano (45), Yero (61), Pedro Moita (67), João Pedro (68).

*foto Visit Portimão

 

Na próxima época balnear

albufeiradiario, 07.05.10

19 BANDEIRAS AZUIS EM ALBUFEIRA

ZÉ D'ALBUFEIRA                           d.r.

O nosso concelho continua a ser o que ostenta maior número de bandeiras azuis, hasteando 19 daqueles símbolos de qualidade na época balnear que se avizinha. Mais uma vez, as praias mais emblemáticas de Albufeira - Peneco e Pescadores - não foram contempladas. Por que será?

Num relance pelas últimas épocas, constata-se que, apesar de "azuladas" algumas das nossas praias apresentaram deficiências ao nível da qualidade das águas, em alguns períodos, resultantes de avarias ou incúria no funcionamento de ETAR's, cujos efluentes contaminaram o mar.

Esperemos que este ano nada disso aconteça, para que a bandeira azul não passe a ser olhada como um mero instrumento de marketing.

REPOSIÇÃO DO AREAL

Entretanto, as promessas de reposição das areias, através do assoreamento artificial, foram de novo... levadas pelas ondas!

*foto ALBUFEIRAsempre

 

PCP promete levar questão ao Parlamento

albufeiradiario, 04.05.10

HOTÉIS DE ALBUFEIRA

COM SALÁRIOS EM ATRASO

ZÉ D'ALBUFEIRA                           d.r.

O PCP, em comunicado hoje emitido, afirma que "desencadeará através do seu Grupo Parlamentar o questionamento ao Governo sobre situações" de salários em atraso existentes em hotéis de Albufeira, nomeadamente, Hotel Montechoro, Grupo Fernando Barata e Hotel Boavista. Este último - sabe o ALBUFEIRAsempre - tem vindo a desviar as receitas da exploração hoteleira para investimentos imobiliários do seu proprietário na região de Lagos. Trabalhadores a quem não foram renovados contratos continuam a aguardar a liquidação dos subsídios de férias e de Natal do ano findo, para além dos vencimentos de alguns meses de trabalho efectivo.

É realmente uma pouca vergonha o que se passa a este nível, ante a complacência das autoridades com voto na matéria. É do nosso conhecimento que o Hotel Boavista não renovou os contratos de alguns trabalhadores, para os não passar a efectivos, alegando que não se justificava a manutenção dos respectivos postos de trabalho. Logo de seguida, pediu ao Centro de Emprego de Albufeira a indicação de novos candidatos... aos mesmos postos de trabalho! E aquela estrutura local do IEFP indicou novos candidatos. Em alguns casos, pasme-se!, os que haviam sido despedidos. Claro que estes não aceitaram, pois já estavam a "arder" com elevados montantes de ordenados em atraso.

A própria Câmara Municipal deveria estar atenta a estas situações, pois mantém parcerias com as unidades hoteleiras prevaricadoras, quer ao nível da promoção turística de Albufeira, quer no que se refere à realização de eventos. E não lhe fica nada bem (é imoral e injusto!) cooperar com entidades que devem salários aos seus munícipes - cidadãos contribuintes e eleitores que deviam merecer maior respeito.

*foto ALBUFEIRAsempre

 

Imagens que falam por si - XLI

albufeiradiario, 03.05.10
                                                                                                                         d.r. fotos ALBUFEIRAsempre
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"Ampliação" provisória (definitivamente ?) ...
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... do Centro de Saúde.

 

Badaladas

albufeiradiario, 02.05.10

 Do alto da torre

Badalar: v. intr. (fig.) tagarelar; v. tr. revelar indiscretamente


 

COMEÇO HOJE, a convite do amigo Zé d'Albufeira, que muito prezo, um conjunto de crónicas citadinas com as quais pretendo apimentar a vida local. Aqui trarei, sem grande regularidade, os meus pontos de vista sobre acontecimentos do quotidiano, as mais das vezes encobertos na penumbra dos segredos mesquinhos ou na obscuridade de inconfessáveis interesses ocultos.

Isenção, rigor, objectividade e verdade - na senda do que nos habituou este blogue - marcarão presença contínua nos meus escritos.

E NADA MELHOR para início de combate do que uma notícia em primeira mão, a confirmar rumores há muito passados em surdina.

UM GRUPO EMPRESARIAL de topo em Albufeira e projecção no Algarve estará em vias de "rebentar", arrastando para o desemprego largas centenas de trabalhadores, para desespero das respectivas famílias e da população em geral. E para preocupação das autoridades locais, para quem, o que menos interessaria neste momento acontecer é um "estoiro" com graves repercussões sociais e económicas.

MAIS UMA VEZ, o crescimento empresarial descontrolado e a ausência de uma estratégia bem definida e exequível estará na base deste desastre anunciado. A mostrar à evidência que a ambição desmedida de investidores para quem o centro do Universo é o seu próprio umbigo poderá levar a situações irreversíveis de descalabro.

CLARO QUE A crise será, mais uma vez, invocada despudoradamente para justificar o "terramoto" que se avizinha. Escondendo os verdadeiros culpados, entretanto, postos a recato e com os bens e fortuna pessoais passados, a coberto de quaisquer riscos, para mãos de familiares ou dissimulados numa qualquer offshore.

QUANTO AOS TRABALHADORES, eles que se lixem. - Vera Mónica

 

Dia do Trabalhador

albufeiradiario, 01.05.10

O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO

VINÍCIUS DE MORAES                            

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
– Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
– Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.

 

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

 

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