Joãozinho é uma criatura encantadora. Com apenas 9 anos, vai frequentar o 9º ano do Ensino Básico. Depois de anos de dificuldades na escrita do Português (por exemplo, não sabia fazer a pontuação) deu um enorme salto no ano lectivo que findou, passando 3 anos simultaneamente e melhorando consideravelmente o uso da língua pátria. Com uma capacidade de relato e de crítica fora do normal, para além de um conhecimento profundo da sua e nossa Albufeira, constitui um autêntico fenómeno da Natureza. É o que hoje se chama uma verdadeira criança hiperdotada.
ALBUFEIRA SEMPRE ALBUFEIRA
Há quatro meses que não escrevia uma redacção para este blog, tantos quantos a retrete da central eléctrica tem de avaria, forçando os frequentadores do Jardim das Pedras a usar os sanitários dos cafés e bares das redondezas. A mim aconteceu-me já uma vez ter de ir ao Café da Júlia à pressa e quase me mijei pelas pernas abaixo enquanto esperava na bicha, que era enorme. O que me valeu foi o Manel perceber que eu estava à rasca e me ter permitido ir à privada das senhoras. Não sem que antes averiguasse se estava para lá alguma de pernas abertas.
Por este lead já os meus fiéis leitores devem calcular que, durante estes quatro (longos) meses de ausência deste palco, registei imensos progressos na aprendizagem da língua portuguesa. "A minha Pátria é a língua portuguesa", escreveu Fernando Pessoa. E eu entendi que devia aprofundá-la e desenvolvê-la por forma a superar as dificuldades antes patentes, como a deficiente pontuação e o limitado uso de vocabulário.
Aproveitando a dica da ministra da Educação, que quer permitir o salto de um ano aos alunos menos dotados, eu - que sou hiperdotado - resolvi dar um salto de 3 anos e passar a frequentar o 9º ano na próxima época. Se os burros podem saltar um ano, então eu posso saltar três. E consegui. Mesmo sem ter de recorrer a exames ao domingo. Aliás, num percurso louco que só tem paralelo na licenciatura do nosso primeiro. Face à crise que afunda o País, penso que é obra obter novas competências, para novas oportunidades. Foi isso que fiz. Nos momentos difíceis o engenho e arte levam as pessoas a cometer proezas em benefício do bem comum. Foi o que aconteceu com a Polícia Municipal, que encontrou uma maneira curiosa de contribuir para o orçamento, aumentando a receita: andou a medir as esplanadas da baixa (algumas, a outras passou ao largo) com um metro de 80 cm, levantando autos de notícia por excesso de ocupação de espaço público, logo transformados em proveitosa colheita de coimas.
Coimas devia pagar a EVA de cada vez que o Giro presta um mau serviço. Hoje foi a última vez. Um autocarro que fazia o Vermelho 1 foi batido na baixa e impedido de prosseguir o itinerário. Em vez de procederem à sua substituição, nem que fosse pelo machimbombo, pura e simplesmente foi a carreira interrompida, deixando descalços e sem aviso os utentes que aguardavam nas paragens seguintes. A menos que estejam a poupar o machimbombo, como peça de museu que é, para o colocar na rotunda do terminal, alvo desde há dias de uma intervenção de alindamento. E por que não? Se numa zona agrícola colocaram (e bem) um carro de besta numa rotunda - e numa outra, junto aos homens do mar estão a implantar (e bem) um elemento escultórico relacionado com a actividade piscatória - nada mais apropriado que um autocarro numa rotunda adjacente à estação de camionagem!
E quanto a Giro fico-me por aqui, pois sei que o chefe da estação vive indignado com o ALBUFEIRAsempre pelas constantes referências às barracadas daquele serviço público.
Quem não grama o Giro são os taxistas, que se queixam de concorrência desleal. Que dirão eles quando souberem que a Câmara se prepara para conceder uma nova licença para um comboio turístico? Mesmo que dêem sociedade a alguns deles, como no outro comboio que circula por aí, os restantes irão sempre fazer um coro de protestos. É que nunca se viram tantos táxis parados nas praças como este ano. Pudera, ao preço que custam as corridas...
Já que falei em rotundas, não posso deixar de lado uma referência à antiga rotunda do poço da morte [não me sinto obrigado a cumprir as promessas do Zé d'Albufeira], alvo de requalificação, como é fino dizer-se agora. Acho uma óptima ideia a colocação de um barco na referida rotunda, embora isso denote falta de confiança da Câmara na intervenção que ela própria promoveu para encanamento do ribeiro. É que, em caso de cheia, os comerciantes e moradores da Avenida da Liberdade têm ali à mão um meio de salvamento que lhes poderá ser muito útil...
Amanhã vou fazer a minha estreia balnear. Só ainda não sei onde. É que a praia que costumo frequentar ainda não tem nadador-salvador. Ainda por cima, hoje está calmeiro de lavante e a ondulação, amanhã, é capaz de empurrar para as rochas...
Razão têm os banhistas que pagam um balúrdio para alugar casa de férias em Albufeira: querem casas com piscina! E eu que sempre achava uma asneira essa exigência por parte dos que fazem férias numa terra de praia - com esta bela e enorme piscina que é o Oceano Atlântico...
Quem podia ter superado este impasse e criado condições de segurança para os utentes das praias ainda não concessionadas, era a própria Marinha com o seu próprio pessoal. Tratando-se de uma situação transitória, não iria concerteza ter qualquer impacto negativo nas fileiras. E sempre era uma boa maneira de mostrar ao povo que as suas Forças Armadas, em tempo de paz, podem ter alguma utilidade...
Bem amigos, o arrazoado vai longo. Despeço-me com amizade, como dizia o Engº. Sousa Veloso.