ALBUFEIRA CARECE DE DISCUSSÃO
ZÉ D'ALBUFEIRA d.r.
Fosse Portugal um país europeu - melhor, com padrões europeus - e Albufeira uma cidade organizada à volta da sua actividade económica predominante, estaríamos neste momento todos envolvidos na discussão da próxima época turística. E quando refiro todos, são mesmo todos: autoridades municipais, trade, empresas, escolas, estruturas sociais e população. Isto no mínimo dos mínimos. Porque o ideal seria haver planos quinquenais ou de maior duração, sujeitos a ponderação anual em função da realidade dos últimos doze meses.
Dir-me-ão que ainda não acordei de um conto de fadas. Se calhar, têm razão.
A que se assiste, afinal, neste lavar dos cestos a que Setembro invariavelmente nos conduz?
As autoridades continuam a assobiar para o lado, entretidas mais com a sua própria projecção mediática do que com a real solução dos problemas que se avolumam. Veja-se o caso do ruído. E a ocorrência de avarias diárias e a supressão de carreiras do Giro. E a debilitação em crescendo das vias e equipamentos urbanos, com especial incidência na herança Polis. E... E... E... [que ganda post qu'isto dava!]
O trade, esse está agora mais preocupado em trocar de carro, aumentar os investimentos imobiliários e viajar até aos brasis, com os lucros que chora não ter obtido!
As empresas ocupam-se (aproxima-se o fecho do exercício) de engendrar maneira de fugir a (algumas) responsabilidades.
As escolas continuam desenquadradas e entregues às suas próprias contradições internas, num mundo à parte que é o mundo da educação.
As estruturas sociais dividem-se em dois grupos, com comportamentos diferentes. Enquanto as do aparelho continuam no habitual renhónhó, fazendo-que-fazem-sem-nada-fazer, isentas da menor preocupação de gerar contributos válidos para a melhoria do tecido social e económico em que se inserem, as outras (onde pontuam as IPPSS tipo AHSA e Misericórdia) prosseguem uma luta heróica pela realização dos seus objectivos, não sem um rol de lamentações legítimas, vítimas elas próprias dos desequilíbrios existentes na sociedade local e no País. País cada vez mais desestruturado e abandonado ao deus-dará. De tal modo que os grandes da UE (isto não se noticia por cá, não convém!) ponderam muito seriamente deixar de considerar como membro efectivo, para passar a região periférica com características especiais, condenada a viver dos subsídios e das orientações políticas dos referidos grandes.
*foto ALBUFEIRAsempre