Há meio século
O ASSALTO AO QUARTEL DE BEJA
ZÉ D'ALBUFEIRA d.r.
Faz esta madrugada 50 anos que um grupo de corajosos cidadãos anti-fascistas, civis e militares, levou a cabo a operação que ficou conhecida como "o assalto ao quartel de Beja". Embora fracassada, esta acção armada fez tremer o ditador e, a par de outras actividades conspirativas pela liberdade em que 1961 foi pródigo, marcou o início da derrocada do regime.
Eis o que conta o investigador José Adelino Maltez na sua Respublica*:
Assalto ao quartel de Beja 1 de Janeiro de 1962
Na noite da passagem do ano foi assaltado o quartel de Infantaria 3 em Beja. A revolta foi comandada pelo capitão Varela Gomes. Morto, durante os acontecimentos o tenente-coronel Jaime Filipe da Fonseca, então sub-secretário de Estado do exército. Outro dos organizadores foi o civil Manuel Serra, participando o major Francisco Vasconcelos Pestana, filho do antigo ministro da I República, Pestana Júnior, o capitão Pedroso Marques e o tenente Brissos de Carvalho, bem como o civil Fernando Piteira Santos. Depois de um tiroteio com o major Calapez, comandante do quartel que consegue evadir-se e avisar as autoridades, Varela Gomes é gravemente ferido. Entretanto, Humberto Delgado entra clandestinamente em Portugal, chega a dormir em Lisboa numa pensão, e vai para Beja na companhia de Adolfo Ayala, verifica o fracasso e volta ao exílio, onde denuncia a ineficácia da polícia política face aos disfarces que apresentou.
*Respublica. Repertório Português de Ciência Política. Edição Electrónica
Provisória (última revisão em: 15-06-2000).
Leia AQUI o relato histórico do jornalista Mário Ramires (ex-semanário Sol).