Deixei de ser descrente da Proteção Civil
ZÉ D'ALBUFEIRA
Até ontem, fui um cético da Proteção Civil (PC).
Sempre achei que, enquanto organização, a PC não passava de um agrupamento de entidades mal coordenadas, reunidas artificialmente por força da lei e de normas impostas e pouco convincentes. Algumas entidades até se antagonizavam.
Era (a PC) um motivo para manter uma hierarquia paga a peso de ouro, oferecer lugar a uns coronéis na reserva, que se servia do trabalho dos bombeiros para aparecer vaidosa e bem fardada, pronta para todos os mediatismos e visibilidade. Exagerando nas sessões de esclarecimento e simulacros, mas preparadinha para falhar rotundamente em casos reais.
O fracasso do combate ao incêndio florestal de há três anos nos concelhos de Tavira e Loulé, muito me ajudou a fortalecer esta convicção.
Esta quarta-feira operou-se em mim uma autêntica reviravolta.
A forma altamente eficaz e profissional como a PC atuou no socorro às vítimas do autocarro acidentado na Via do Infante, desde o alerta até ao último tratamento hospitalar a um ferido e ao levantar do autocarro, a pronta resposta e os meios envolvidos - mudaram por completo a minha visão sobre a matéria.
Pelo que assisti em direto via TV, pelos relatos veiculados pelos jornais e pelos testemunhos de reconhecimento emanados de diversas entidades públicas, mormente holandesas (a nacionalidade das vítimas), mudei por completo a opinião que tinha sobre a PC.
A partir de agora, acredito piamente na PC.
Oxalá ela surja célere se alguma vez eu me encontrar no centro de qualquer catástrofe. [O diabo seja cego, surdo e mudo!]