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Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

Campo de Flores - VI

albufeiradiario, 31.05.20

Poemas de João de Deus

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Ela

Às vezes trémula, inquieta,

Como a luz de uma estrelinha,

Vou encontrá-la sozinha

Num cálix de violeta:

Se os anjos choram de encanto,

Deve assim ser o seu pranto!

 

Que vezes a não admiro

A exalar-se da rosa,

Como de boca formosa

Se exala terno suspiro!

Então a sua existência

Não passa de pura essência.

 

Oiço-lhe em noites serenas,

E noites tempestuosas,

Ao longe vozes saudosas,

Que parecem ais apenas:

Não sei que linguagem fala

Ou que suspiros exala…

 

Quantas vezes ao sol-posto,

Naquelas nuvens douradas,

Lhe estou a ver desmanchadas

As tranças por sobre o rosto?

Fica-me a alma suspensa

Daquela abóbada imensa!

 

Mas quanto mais admirável,

Quando tudo em si resume:

Quando é orvalho e perfume,

Mistério e luz inefável!...

É não me fartar de a ver

Em forma de anjo… ou mulher!

Atentados à nossa memória coletiva

albufeiradiario, 27.05.20

Reflexão (im)pertinente...

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                                                                                                                                                                                                          MuLa

ZÉ D'ALBUFEIRA

Com a devida vénia, a seguir transcrevo o excelente texto da autoria do meu amigo João Martins Ramos (o João de Lagoa da saudosa ALGARVE MAIS, lembram-se?) sobre uma questão pertinente que, sendo-o de Lagoa, é também da nossa querida Albufeira, tão prostituída ao longo dos anos sem apelo nem agravo. É só mudar os nomes.

O autor é criador e responsável do Grupo Museu de Lagoa Virtual - MuLa no Facebook.

Reflexão (im)pertinente...

Este é apenas um de muitos exemplos…

Ao olharmos para uma fotografia de ontem e de hoje do Poço da Cascalheira, no concelho de Lagoa, sentimos o progresso na sua brutalidade, com as suas estradas a atropelar, os seus camaterlos a demolir, os seus mamarrachos a esmagar os vestígios e referências culturais da nossa memória coletiva, como por exemplo, poços centenários da nossa terra, testemunhas vivas da existência de gerações de lagoenses, lugares únicos que permitiam a sobrevivência nos anos de secas que nos têm flagelado ciclicamente…

Se alguns destes poços desapareceram devido a obras públicas executadas pelas Estradas de Portugal (que é um Estado ditatorial dentro do Estado democrático), como o Poço de Balerques, da Idade Média, que existia na freguesia de Estombar, referenciado com o nº 12.1 do Levantamento Arqueológico do Concelho de Lagoa, outros poços têm sido “apagados” do mapa do concelho na execução de estradas municipais, por isso esta falta de respeito pelo nosso património é mais reprovável…

O mapa não é o território; neste existem outras dimensões, que responsáveis e técnicos dos projetos não veem sentados à secretária, sem irem apalpar o terreno, sem conhecerem a cultura dos lugares: poços centenários e árvores milenares não se veem vivos a duas dimensões e esta cegueira percetiva nenhuma empatia motiva nos tecnocratas, nos “patos bravos”, e assim se afogam os poços até ao gargalo com tapetes de alcatrão, como o Pocinho (Lagoa) ou o Poço Partido (Carvoeiro); ou se arrancam oliveiras milenárias em terrenos a urbanizar, onde seria simples enquadrar estes magníficos seres vivos na paisagem urbana…

Enfim, vamos aproveitar esta pausa que o vírus nos está a obrigar para refletirmos na nossa identidade, na nossa história e património local…

NOTA - O antetítulo e o sublinhado são da minha responsabilidade.

Futebol regressa na próxima semana

albufeiradiario, 25.05.20

Liga prossegue dia 3 junho

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                                                                                                                                                                                                                                       d.r.

ZÉ D'ALBUFEIRA

A bola volta a rolar nos relvados portugueses na próxima semana, mais propriamente na quarta-feira, 3 de junho.

Curiosamente num estádio algarvio, tendo como protagonista uma turma algarvia (de localização que não de alma).

Entretanto, a (longa) pausa causada pelo covid-19, trouxe à tona uma crise de liderança na toda-poderosa Liga de Clubes e uma tempestade de cariz económico a agitar os principais patrocinadores.

Não sem antes se ter demonstrado à evidência que o Benfica continua a ser a agremiação mais influente no meio. Surgisse o clube de Carnide no comando à data da suspensão e a Liga NOS teria sido encerrada em simultânio com as restantes provas federativas.

Lembro, a propósito, que os jogos até final serão disputados com as bancadas vazias. Terá sido premonitório o meu amigo jornalista Neto Gomes quando, há anos, titulou assim um conjunto de crónicas suas num jornal desportivo?

Campo de Flores - V

albufeiradiario, 24.05.20

Poemas de João de Deus

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Noite de amores

Mimosa noite de amores,

Mimoso leito de flores,

Mimosos, lânguidos ais!

Vergôntea débil ainda,

Tremia! Lua tão linda,

Lembra-me ainda… jamais!

 

Aquela dália mimosa,

Aquele botão de rosa

Dos lábios dela… (Senhor!)

Murchavam… mas, como a lua,

Passava a nuvem… “Sou tua!”

Reverdeciam de amor!

 

E aquela estátua de neve

Como é que o fogo conteve

Que não a vi descoalhar?

Ondas de fogo, uma a uma,

Naquele peito de espuma

Eram as ondas do mar!

 

Como os seus olhos me olhavam,

Como nos meus se apagavam,

E se acendiam depois!

Como é que ali confundidas

Se não trocaram as vidas

E os corações de nós dois!

 

Mimosa noite de amores,

Mimoso leito de flores,

Mimosos, lânguidos ais!

Vergôntea débil ainda,

Tremia! Lua tão linda,

Lembra-me ainda… Jamais!

No Cerro d'Águia

albufeiradiario, 23.05.20

Arte equestre ao alcance de todos

ZÉ D'ALBUFEIRA

A Coudelaria Mascarenhas Cardoso passou a disponibilizar, às portas de Albufeira, a prática de atividades equestres acessíveis a todos os cidadãos.

Trata-se de uma mais valia para o turismo de Albufeira e, bem assim, para as famílias locais que pretendam iniciar-se na nobre arte de bem calvagar.

Aulas de equitação, preparação para competição e passeios equestres são algumas das valências que poderão ser frequentadas na "Quinta do Cardoso", no Cerro d'Águia, junto às instalações da Câmara Municipal.

Leituras

albufeiradiario, 22.05.20

Biografia de William S. Churchill

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                                                                                                                                                  ALBUFEIRA SEMPRE

ZÉ D'ALBUFEIRA

Estou a ler a monumental biografia de Churchill da autoria de Andrew Roberts. A mais completa, mais recente e melhor documentada de quantas publicadas.

São mais de mil páginas da História do Reino Unido dos séculos XIX e XX, que se confunde com a História do Ocidente e do Mundo Livre.

Winston Churchill, muito para além do enorme estadista vencedor da 2ª Guerra Mundial, foi uma figura incontornável e fascinante de homem de virtudes e de caráter e político de capacidade titânica para trabalhar, dotado de extraordinário talento para compreender as grandes questões do seu tempo.

Uma leitura que recomendo.

Quinta-feira da Ascensão

albufeiradiario, 21.05.20

Dia da Espiga

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                                                                                                                                                                                                                                           d.r.

ZÉ D'ALBUFEIRA

Hoje é Quinta-feira da Espiga.

Trata-se de uma celebração popular muito antiga que, nos anos da minha meninice e adolescência, levava magotes de pessoas ao campo a colher as plantas com as quais compunham um ramo, a espiga, depois colocada por trás da porta de casa, onde se mantinha religiosamente até ser substituída pela espiga do ano seguinte.

Nesse tempo havia culturas com fartura e a primavera trazia os campos repletos de searas e flores, numa miscelânia de cores e odores agradabilíssimos que nos alimentavam os sentidos. E nos faziam transbordar de alegria.

Agora escasseiam as culturas - e a tradição quase se extinguiu.

Origem, história e significados do Dia da Espiga

Transcrito com a devida vénia do site Of Portugal

A Festa da Ascensão, ou Quinta-Feira da Ascensão, é uma festa marcadamente católica. No entanto, em simultâneo com ela, e provavelmente com maior adesão, celebra-se o Dia da Espiga, ou Quinta-Feira da Espiga.

A Origem da Tradição

Os rituais pagãos, com especial enfoque nas culturas célticas e romanas, de celebração das primeiras colheitas, e pedido pela qualidade e quantidade destas, remontam à antiguidade.

Costumavam-se observar pelo meio da primavera, mais ou menos no actual mês de maio, e sempre tiveram grande implementação popular.

Com a chegada do Cristianismo, e tendo em conta as datas das celebrações da Páscoa, acabou por em Portugal acabar por se colar à Festa da Ascensão, celebrada 40 dias depois da Páscoa. Até porque era um feriado oficial em Portugal.

Dia da Espiga do século XX aos dias de hoje

No Dia da Espiga as pessoas iam pelos prados em busca dos vários constituintes do Ramo da Espiga. No entanto com a crescente migração para as grandes cidades, e a industrialização, começou a haver cada vez mais dificuldade em cumprir este preceito por si próprio.

A isto se juntou em 1952 o fim deste feriado nacional. Obrigada a abdicar de alguns feriados a Igreja Católica aceitou sacrificar a Quinta-Feira da Ascensão como feriado nacional. Muitos concelhos, no entanto, para colmatar esse facto mantiveram-no como feriado municipal.

Foi assim que também nasceu o negócio, muito visivel em Lisboa, do Dia da Espiga. Da região saloia, especialmente de Mafra visto manter o feriado, pessoas do campo vão para a cidade vender estes ramos a quem trabalha ou vive na capital.

Em muitos mercados da cidade também se continua a ver as vendedoras locais a venderem estes ramos.

O ramo da espiga

O grande símbolo do Dia da Espiga é o ramo da espiga. Tradicionalmente este é colocado em casa, atrás da porta principal, e fica lá todo o ano. Isto até ser substituído no ano seguinte por um novo ramo.

É tido no seu todo como um símbolo de prosperidade, e mesmo de sorte.

Consigo acarreta também algumas tradições, como a de em dias de trovoada atirar um pouco da espiga para a lareira como protecção contra os raios.

Os significados dos componentes do Ramo da Espiga

As Espigas

As espigas devem ser sempre em número ímpar, e são a parte mais importante do ramo. Podem ser de trigo, centeio, aveia, ou qualquer outro cereal.

Representam o pão, como a base do sustento da família, e a fecundidade.

A Papoila

Com a sua cor vibrante e quente a papoila significa neste ramo o amor, e a vida.

Sendo a parte mais garrida do ramo acaba por ser também aquele que mais se decai com o ano a passar, ao escurecer e secar.

O Malmequer

Simboliza no ramo a riqueza, e os bens terrenos. Isto pelo seu branco simbolizar a prata, e ao mesmo tempo, o amarelo simbolizar o ouro.

A Oliveira

A oliveira acaba por ter um duplo significado no ramo da espiga. Em parte significa a paz, a o desejo pela mesma. Sendo que é um dos símbolos da paz desde a antiguidade.

Ao mesmo tempo é o símbolo da luz, visto do seu óleo, azeite, se encherem as lâmpadas que alumiavam as casas. Sendo que esta luz pode ser interpretada como o sentido divino da mesma, significando a sabedoria divina.

O Alecrim

Tal como a oliveira é uma presença constante pelo mediterrâneo. Com o seu cheiro forte e duradouro, e sendo uma planta que resiste a quase tudo, simboliza no ramo a força e a resistência.

Ao contrário da papoila, avançando no ano o seu cheiro vai-se aguentando, e a sua presença torna-se cada vez mais notada no ramo.

A Videira

A representação do vinho, tão importante para a nossa cultura e tradição, no ramo da espiga vem naturalmente da videira.

Naturalmente também a associação à alegria também tão ligada ao vinho na nossa cultura passa também por esta planta.

Estas são as plantas principais do ramo da espiga, sendo que tradicionalmente qualquer outra planta que surja durante a caminhada do Dia da Espiga pode ser adicionada para embelezar. No entanto reza a tradição que não falte nenhuma das acima, para não faltar o que ela representa.

Quinta-feira da Ascensão

albufeiradiario, 21.05.20

Dia da Espiga

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                                                                                                                                                                                                                                           d.r.

ZÉ D'ALBUFEIRA

Hoje é Quinta-feira da Espiga.

Trata-se de uma celebração popular muito antiga que, nos anos da minha meninice e adolescência, levava magotes de pessoas ao campo a colher as plantas com as quais compunham um ramo, a espiga, depois colocada por trás da porta de casa, onde se mantinha religiosamente até ser substituída pela espiga do ano seguinte.

Nesse tempo havia culturas com fartura e a primavera trazia os campos repletos de searas e flores, numa miscelânia de cores e odores agradabilíssimos que nos alimentavam os sentidos. E nos faziam transbordar de alegria.

Agora escasseiam as culturas - e a tradição quase se extinguiu.

Origem, história e significados do Dia da Espiga

Transcrito com a devida vénia do site Of Portugal

A Festa da Ascensão, ou Quinta-Feira da Ascensão, é uma festa marcadamente católica. No entanto, em simultâneo com ela, e provavelmente com maior adesão, celebra-se o Dia da Espiga, ou Quinta-Feira da Espiga.

A Origem da Tradição

Os rituais pagãos, com especial enfoque nas culturas célticas e romanas, de celebração das primeiras colheitas, e pedido pela qualidade e quantidade destas, remontam à antiguidade.

Costumavam-se observar pelo meio da primavera, mais ou menos no actual mês de maio, e sempre tiveram grande implementação popular.

Com a chegada do Cristianismo, e tendo em conta as datas das celebrações da Páscoa, acabou por em Portugal acabar por se colar à Festa da Ascensão, celebrada 40 dias depois da Páscoa. Até porque era um feriado oficial em Portugal.

Dia da Espiga do século XX aos dias de hoje

No Dia da Espiga as pessoas iam pelos prados em busca dos vários constituintes do Ramo da Espiga. No entanto com a crescente migração para as grandes cidades, e a industrialização, começou a haver cada vez mais dificuldade em cumprir este preceito por si próprio.

A isto se juntou em 1952 o fim deste feriado nacional. Obrigada a abdicar de alguns feriados a Igreja Católica aceitou sacrificar a Quinta-Feira da Ascensão como feriado nacional. Muitos concelhos, no entanto, para colmatar esse facto mantiveram-no como feriado municipal.

Foi assim que também nasceu o negócio, muito visivel em Lisboa, do Dia da Espiga. Da região saloia, especialmente de Mafra visto manter o feriado, pessoas do campo vão para a cidade vender estes ramos a quem trabalha ou vive na capital.

Em muitos mercados da cidade também se continua a ver as vendedoras locais a venderem estes ramos.

O ramo da espiga

O grande símbolo do Dia da Espiga é o ramo da espiga. Tradicionalmente este é colocado em casa, atrás da porta principal, e fica lá todo o ano. Isto até ser substituído no ano seguinte por um novo ramo.

É tido no seu todo como um símbolo de prosperidade, e mesmo de sorte.

Consigo acarreta também algumas tradições, como a de em dias de trovoada atirar um pouco da espiga para a lareira como protecção contra os raios.

Os significados dos componentes do Ramo da Espiga

As Espigas

As espigas devem ser sempre em número ímpar, e são a parte mais importante do ramo. Podem ser de trigo, centeio, aveia, ou qualquer outro cereal.

Representam o pão, como a base do sustento da família, e a fecundidade.

A Papoila

Com a sua cor vibrante e quente a papoila significa neste ramo o amor, e a vida.

Sendo a parte mais garrida do ramo acaba por ser também aquele que mais se decai com o ano a passar, ao escurecer e secar.

O Malmequer

Simboliza no ramo a riqueza, e os bens terrenos. Isto pelo seu branco simbolizar a prata, e ao mesmo tempo, o amarelo simbolizar o ouro.

A Oliveira

A oliveira acaba por ter um duplo significado no ramo da espiga. Em parte significa a paz, a o desejo pela mesma. Sendo que é um dos símbolos da paz desde a antiguidade.

Ao mesmo tempo é o símbolo da luz, visto do seu óleo, azeite, se encherem as lâmpadas que alumiavam as casas. Sendo que esta luz pode ser interpretada como o sentido divino da mesma, significando a sabedoria divina.

O Alecrim

Tal como a oliveira é uma presença constante pelo mediterrâneo. Com o seu cheiro forte e duradouro, e sendo uma planta que resiste a quase tudo, simboliza no ramo a força e a resistência.

Ao contrário da papoila, avançando no ano o seu cheiro vai-se aguentando, e a sua presença torna-se cada vez mais notada no ramo.

A Videira

A representação do vinho, tão importante para a nossa cultura e tradição, no ramo da espiga vem naturalmente da videira.

Naturalmente também a associação à alegria também tão ligada ao vinho na nossa cultura passa também por esta planta.

Estas são as plantas principais do ramo da espiga, sendo que tradicionalmente qualquer outra planta que surja durante a caminhada do Dia da Espiga pode ser adicionada para embelezar. No entanto reza a tradição que não falte nenhuma das acima, para não faltar o que ela representa.

Imagens que falam por si

albufeiradiario, 19.05.20

Há sempre os que cumprem...

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                                                                                                                                                                    ALBUFEIRA SEMPRE

...e os que não cumprem.

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