Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

A poesia de

albufeiradiario, 31.01.21

Maria da Conceição Elói

(Madressilva)

marquinhas elói.jpg

Sem sonhar que o fosse...

Num lar cristão, aconchegado e honesto,

No meio de um vasto campo cultivado,

Num ambiente calmo e sossegado

Tive o meu berço, simples e modesto.

 

Floriam amendoeiras – Deus louvado! –

Em pleno inverno, como é manifesto,

E a terra toda, secundando o gesto,

Reverdecia, da charneca ao prado.

 

Conforme o vento, ouvia em certos dias,

Tocar ao longe no sino “Avé Marias”

Num tom plangente, comovido e doce.

 

Naquele isolamento tão profundo,

Sentindo perto Deus, e longe o Mundo,

Nasci poetisa, sem sonhar que o fosse…

Imagens que falam por si

albufeiradiario, 28.01.21

«A fotografia não está no equipamento, está no olhar de quem a tira»

                                                                                 Sandra M. Silva

144058584_3723819431064736_3695964677114837990_n.j

Foto Adalberto DaSilva (Porto de Abrigo/Albufeira)

Presidenciais 2021

albufeiradiario, 24.01.21

Resultados no concelho de Albufeira

142508018_10159259446554802_8935675803297061722_n.

Compilação Nuno Campos Inácio

Brancos: 157
Nulos: 151
Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa - 7454
André Claro Amaral Ventura - 2791
Ana Maria Rosa Martins Gomes - 1380
Marisa Isabel dos Santos Matias - 662
João Manuel Peixoto Ferreira - 491
Vitorino Francisco da Rocha e Silva - 367
Tiago Pedro de Sousa Mayan Gonçalves - 360
 
ALBUFEIRA E OLHOS DE ÁGUA
Brancos: 96
Nulos: 86
Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa - 4600
André Claro Amaral Ventura - 1790
Ana Maria Rosa Martins Gomes - 930
Marisa Isabel dos Santos Matias - 449
João Manuel Peixoto Ferreira - 344
Tiago Pedro de Sousa Mayan Gonçalves - 247
Vitorino Francisco da Rocha e Silva - 213
 
FERREIRAS
Brancos: 30
Nulos: 25
Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa - 1314
André Claro Amaral Ventura - 496
Ana Maria Rosa Martins Gomes - 204
Marisa Isabel dos Santos Matias - 104
João Manuel Peixoto Ferreira - 75
Vitorino Francisco da Rocha e Silva - 75
Tiago Pedro de Sousa Mayan Gonçalves - 58
 
GUIA
Brancos: 16
Nulos: 32
Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa - 880
André Claro Amaral Ventura - 295
Ana Maria Rosa Martins Gomes - 114
Marisa Isabel dos Santos Matias - 65
Vitorino Francisco da Rocha e Silva - 39
João Manuel Peixoto Ferreira - 35
Tiago Pedro de Sousa Mayan Gonçalves - 26
 
PADERNE
Brancos: 15
Nulos: 8
Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa - 660
André Claro Amaral Ventura - 210
Ana Maria Rosa Martins Gomes - 132
Marisa Isabel dos Santos Matias - 44
Vitorino Francisco da Rocha e Silva - 40
João Manuel Peixoto Ferreira - 37
Tiago Pedro de Sousa Mayan Gonçalves - 29

A poesia de

albufeiradiario, 24.01.21

Maria da Conceição Elói

(Madressilva)

marquinhas elói.jpg

Amendoeiras florindo ao luar

Ao de leve

De mansinho

Cai a neve

No caminho…

 

E o luar desce do céu

Como um véu

De uma noiva encantadora,

Que a cismar

O estendesse a voar

Aos pés de Nossa Senhora.

 

E por toda a Natureza,

Como um murmúrio de reza

Fica nossa alma a sonhar,

Absorta horas inteiras

Na branca luz do luar,

Na flor das amendoeiras.

 

Umas de cândida alvura

- Que nem a neve mais pura –

E a cor das outras rosada,

Aquela mimosa cor

Com que o celeste Pintor

Tinge o céu de madrugada.

 

Charnecas são um encanto,

As planícies outro tanto

E assim,

Em cada canto e recanto,

O Algarve é um jardim!

 

E a lua sobe a sonhar,

Envolta em véu de tristeza,

Que a sua voz – o luar

Tem mistérios de beleza…

 

Anda um perfume ao de leve,

Vago e breve,

A evolar-se no ar…

No céu azul, luz e cor,

Há pétalas no caminho,

E o vento ensaia baixinho

Uma alegria de amor.

 

Vem o orvalho chorar

Pelos vales e montanhas

Diamantes a brilhar,

Em que depois o luar

Põe fulgurações estranhas

 

Oh! meu Algarve! Canteiro

Que no Inverno é mais lindo,

Com seu luar de Janeiro

E amendoeiras florindo!

A poesia de

albufeiradiario, 23.01.21

Maria da Conceição Elói (Madressilva)

marquinhas elói.jpg

                                                                                                                                                      d.r.

ZÉ D'ALBUFEIRA

A partir de amanhã, passamos a divulgar semanalmente, aos domingos, a obra poética da albufeirense, natural de Paderne, Maria da Conceição Elói - Marquinhas Elói para os amigos - que imortalizou a sua obra sob o pseudónimo de Madressilva.

Nascida naquela típica povoação do barrocal do nosso concelho no dia 31 de Agosto de 1898, Maria da Conceição Elói viria a falecer em Faro a 7 de Dezembro de 1979 (está sepultada na sua querida aldeia natal), depois de uma vida simples vivida entre Albufeira e Paderne, dedicada à produção poética de cariz popular, sem nunca ter concretizado o sonho de publicar em livro a obra que o seu estro foi ditando ao longo de oitenta primaveras ricas de rimas e estrofes. E de muito amor ao próximo. Tal como Jesus lhe ensinou.

Esse desiderato foi alcançado somente depois da morte física [os poetas não morrem: entram na imortalidade!], graças à acção e perseverança de outro grande albufeirense, também natural de Paderne - Arménio Aleluia Martins (actual director d' "A Avezinha", jornal fundado justamente por Marquinhas Elói), o qual contou com o inestimável apoio dessa outra grande mulher de causas que é Helena Serra, então provedora da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira, em cujo Lar Maria da Conceição Elói passou os últimos anos de vida.

O livro publicado, ao qual fomos rebuscar a obra poética da insigne albufeirense, tem o título bem sugestivo de "Ecos da Minha Voz" - a concretizar um pedido seu, feito em vida: "se um dia publicasse um livro, gostaria que lhe pusessem "Ecos da Minha Voz".

Imagens que falam por si

albufeiradiario, 19.01.21

Almocinho garantido...

gaivota c peixe vivalgo gonçalves.jpg

                                                                                                                                                                                                   d.r.

"Apanhei-a em pleno voo com a sua pescaria !!!"

- Vivaldo Gonçalves

Poetisa de Albufeira

albufeiradiario, 17.01.21

Maria da Conceição Elói (Madressilva)

marquinhas elói.jpg

                                                                                                                                                       d.r.

ZÉ D'ALBUFEIRA

Tive o privilégio de privar em pequeno com a D. Marquinhas Elói (era amiga da minha mãe), a saudosa Madressilva, poetisa e escritora de verve romântica da Albufeira rústica do século passado. Infelizmente esquecida por quem hoje, nesta terra, tem responsabilidades na cultura.

Dela retenho a graciosidade do sorriso envergonhado dos simples que são grandes por dentro.

Tinha tanto de modéstia quanto de amor e cultura, transmitidos ao próximo como só a sua alma apaixonada sabia, através da escrita, sobretudo da poesia, e de uma vivência profundamente cristã.

Para a lembrar aos esquecidos e dá-la a conhecer aos novos, reproduzo, com a devida vénia, um texto do livro "Quem Foi Quem? - 200 Algarvios do Século XX", da autoria da também algarvia Glória Maria Marreiros (Edições Colibri).

Jornalista e escritora, MARIA DA CONCEIÇÃO DE SOUSA ELÓI nasceu em Paderne-Albufeira a 31 de Agosto de 1898 e faleceu em Faro no dia 7 de Dezembro de 1979.

Desde criança revelou capacidade poética. Na escola primária era frequente fazer versos dedicados às colegas e à professora (...).

Maria da Conceição Elói, ficou-se pela sua terra. Recebeu "prendas" de menina filha de pais com algumas posses: francês, piano e os imprescindíveis lavores. Ansiava por mais, mas era o que havia...

Um dia, em conjunto com três amigas, decide fazer um jornal, cuja finalidade primeira era ajudar um ceguinho pobre. As quatro concordaram com o título: A Avezinha. Como era moda então, cada uma escolhe o seu pseudónimo: Maria Feliciana Marim foi "Violeta"; Maria Mendes Biker, "Rosa"; Maria do Espírito "Hortênsia" e Maria da Conceição Elói "Madressilva".

Todas poetisas, constituíram um bouquet  inovador, já que foi o primeiro jornal criado por mulheres.

As primeiras edições foram manuscritas pelas redactoras, e a distribuição realizada por voluntários. Mais tarde, o jornal passou a ser impresso.

A Avezinha viveu durante 15 anos, graças ao grande esforço e vontade das suas fundadoras, realizando um trabalho pioneiro na história da imprensa feminina portuguesa.

Problemas vários, acrescidos pelo afastamento, para o Brasil, de uma das fundadoras, levaram à interrupção do jornal, mas Maria da Conceição continuou a produzir. Concorreu a dezenas de jogos florais, onde ganhou vários 1ºs. e 2ºs. prémios e muitas menções honrosas.

Com os ventos da liberdade, 38 anos depois do seu nascimento, A Avezinha voltou ao ninho, renascida de um longo período de obscurantismo nacional [N.R. - graças ao esforço e à tenacidade desse insigne jornalista albufeirense (também de Paderne) que é Arménio Aleluia Martins, seu actual director].

Maria da Conceição Elói tinha então 76 anos. É convidada para directora do jornal que ajudou a fundar. Modestamente pretende recusar, por fim aceita, talvez reflectindo, e bem, que nunca é tarde para prosseguir um sonho interrompido.

"Madressilva" não foi apenas poetisa, escreveu novelas, crónicas jornalísticas e contos, tendo, nesta modalidade, sido premiada pela revista Mundo Rural. Livros, com alguma mágoa sua, não publicou. Essa devida homenagem lhe fizeram o jornal A Avezinha e a Santa Casa da Misericórdia de Albufeira, editando "Ecos da Minha Voz", eloquente livro de poesia, onde se encontram os mais belos sonetos da autora (...).

Pág. 1/2