Autárquicas'09 - II
PS CONFIRMA MARTINS
ZÉ D'ALBUFEIRA
Confirmando a nossa previsão de Novembro passado, a concelhia do PS/Albufeira deliberou sexta-feira candidatar o seu presidente, David Martins, à liderança do Município nas próximas eleições autárquicas.
São assim dois os candidatos que, para já, se propõem destronar Desidério Silva. O outro, Luis Alexandre, muito embora ainda não tivesse anunciado formalmente a respectiva candidatura, já está no terreno através de intervenções várias, sobretudo no âmbito do Forum Albufeira.
Sendo que, até à data das eleições, muita água vai correr sob as pontes, face às anteriores experiências de candidaturas apoiadas por cidadãos eleitores, em Portugal, como é o caso do presidente da Acosal, e atendendo ao fraco conhecimento que o eleitorado tem do deputado do PS e também ao seu distanciamento em relação à população local, parece que Desidério Silva (que ainda não divulgou se se candidata ou não, mas tudo leva a crer que sim) parte com enorme vantagem em relação aos restantes cabeças de lista. Porque é o presidente actual, apoiado pelo partido, o PSD, que dispõe (continua a dispôr) de maior peso eleitoral em Albufeira, goza de popularidade em todos os quadrantes políticos e, apesar dos erros apontados à sua gestão, parece não sofrer de significativo desgaste de imagem. Com mais uma alcavala: quer se queira quer não, a política nacional tem repercussões nas eleições locais e o actual presidente pode vir a contabilizar o descontentamento que grassa entre o eleitorado em relação ao governo de Sócrates e à sua política impopular, para além das trapalhadas do Freeport.
Aliás, em nossa opinião, David Martins comete um erro ao disputar estas eleições, uma vez que, não lhe sendo a conjuntura favorável, se obtiver uma derrota pesada, tal como aconteceu com Fernando Anastácio, arrisca-se a ficar "queimado" para o futuro. Melhor seria, em nosso entender, que esperasse pelo acto eleitoral de 2013 e, então sim, depois de quatro anos para preparar uma candidatura e um programa com cabeça, tronco e membros - e na ausência de Desidério (não é previsível que o PSD lhe encontre um sucessor à altura) - teria todas as condições para triunfar.
Enfim, as pedras começam a ser lançadas sobre o tabuleiro. O tempo urge mas, estamos certos, cada candidato saberá, ao longo dos meses que tem pela frente, terçar as armas mais poderosas de que dispuser e martelar os melhores argumentos ao seu alcance.
Outro factor a ter em consideração são os meios financeiros reunidos por cada candidatura, mas aqui a imaginação com pouco dinheiro poderá ser mais prática e eficaz do que o gasto de grandes somas com pouca ou nenhuma imaginação.