Primeiro-ministro intransigente
NOVA CLIVAGEM EM PERSPECTIVA
ZÉ D'ALBUFEIRA
Sócrates teima em abrir feridas na sociedade portuguesa.
Depois do aborto, que continua a dividir os portugueses, faz agora fincapé na legalização dos "casamentos" gay. Contra tudo e contra (quase) todos. Até contra a natureza.
Escudado em minorias ditas vanguardistas, apoiando-se em retórica pseudo-progressista e manipulando a seu favor o medo que os yes-men que o rodeiam têm de perder os tachos, dizendo pretender modernizar o País - o que o primeiro-ministro está a fazer de facto é, pura e simplesmente, tentar inverter os valores intrísecos que definem a esmagadora maioria dos portugueses. Começando exactamente pela destruição da família, a célula base da organização social que, desde sempre, os povos adoptaram. O valor supremo estrutural dos homens e mulheres deste país à beira-mar plantado.
Por princípio e por convicção, respeito - desde sempre e não só agora por modernice -as opções sexuais, religiosas ou políticas dos meus concidadãos, minoritários que sejam. Daí defender, há muito, no caso particular das uniões de homossexuais, que a estas sejam reconhecidos os mesmos direitos de cidadania que aos hetero, nomeadamente o direito a uma vida digna em comum, usufruindo das mesmas regalias que o casamento entre homem e mulher proporciona: comunhão de pessoas e bens, heranças mútuas, fiscalidade conjunta, etc.
Lá virão os activistas gay acusar-me de homofobia e preconceitos ultrapassados. Não é disso que se trata. Mas tão-somente de alinhar sem hipocrisias por aquilo que a consciência da maioria deixa transparecer, relativamente a um problema que não é de alguns mas de todos. Espero que me respeitem esse direito.
Agora, com tão graves problemas que trespassam a sociedade portuguesa, cujo ataque deveria ser prioritário, e com perspectivas tão desanimadoras em termos de futuro de uma Nação, querer - em vez de unir - dividir para reinar, não me parece de quem tenha muito miolo.
Sócrates parece querer figurar na História como o estadista que transformou Portugal. Oxalá não fique na história [com agá pequeno] por outros motivos bem menos dignificantes.