Que procuram?
PROFETAS DA DESGRAÇA
ZÉ D'ALBUFEIRA
Ainda Março vai a meio e já aí estão os profetas da desgraça a dizer que 2009 é o pior ano do turismo algarvio (sic).
Faz-me lembrar os anos pós 25 de Abril em que toda a gente fazia o funeral do turismo no nosso País, como corolário da Revolução. Um conjunto de acções de promoção empreendidas pelo governo de então, justamente sob a batuta de um algarvio, Luis Filipe Madeira, secretário de Estado do Turismo, recuperou o sector hoteleiro então retalhado por intervenções sem sentido e permitiu manter a um nível bastante aceitável os negócios da actividade turística, continuando o Algarve a gozar da preferência dos fluxos que tradicionalmente alimentavam a nossa indústria "sem chaminés".
Hoje como ontem - e agora de modo mais evidente, pela crise generalizada que assola o mundo - há sempre alguém bem colocado que agita a bandeira da desgraça, fazendo recair sobre o sector as atenções dos agentes do poder e da opinião pública em geral, com intuitos nem sempre muito claros. Normalmente para dar cobertura a medidas de gestão impopulares ou tentar esconder benefícios que se não querem do domínio público. Ou ainda para pretensamente justificar a intervenção do Estado, traduzido na aplicação de recursos sem os quais se podia viver, mas que dão sempre muito jeito.
Já dizia o João Pinto, ex-capitão do F.C. do Porto, que "prognósticos só no fim do jogo". Deixemo-nos de atirar palpites assim para o ar, sem fundamento sustentável, e aguardemos pelo fim da época para proceder ao respectivo balanço.
Entretanto, joguemos mãos à obra e mobilizemo-nos todos quantos intervêm no sector, aos mais diversos níveis, de modo a produzirmos em conjunto um bom trabalho para satisfação daqueles que vêm cá pagar para ser servidos com profissionalismo. Que é o que, no fundo, muitas vezes tem faltado.