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Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

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Novos atentados à História e cultura dos albufeirenses

albufeiradiario, 24.05.09

CORES BERRANTES

EM CASAS TÍPICAS

ZÉ D'ALBUFEIRA            

Tomás Taveira e a "sua" pseudo-marina de Albufeira começam a dar a volta à cabeça a alguns proprietários de casas da nossa cidade.

O casario branco, que foi apanágio da vila branca em mar azul e um dos motivos mais marcantes da sua descoberta pelo turismo internacional nos idos de sessenta, vai cedendo o lugar, lentamente (e traiçoeiramente), às fachadas de cores vivas que nada têm com a tradição - antes são contra a tradição.

Já não bastava a descaracterização (irreversível?) do malfadado Polis, nem o escarro policromo lançado sobre a várzea da Orada, bem como o mau gosto patente em alguns edifícios da nova geração, para virem agora proprietários de casas típicas da região e da cidade, perfeitamente enquadradas no ambiente local, pintá-las de cores garridas à imagem dos "caixotes" da pseudo-marina!

Quem se der ao trabalho de percorrer as ruas do que foi a Albufeira do final do terceiro quartel do século passado, verificará que em algumas delas ressaltam, agressivas, fachadas pintadas de cores berrantes.

Não somos contra o progresso. Nem queremos por capricho que as pessoas mantenham nas suas habitações paredes em taipa ou portas e janelas em madeira ou ainda coberturas em telha meia cana antiga. Mas defendemos que as actualizações arquitectónicas e urbanísticas se façam com equilíbrio evidente, tendo em conta o meio ambiente, os usos e costumes das populações.

As razões históricas, geográficas e culturais que levaram à construção e manutenção do casario branco em Albufeira, ao longo de séculos, mantêm-se hoje em dia inalteráveis. E nada, a não ser um falso modernismo bacoco de alguns novos ricos (ou novos pacóvios?) pode justificar a proliferação de cores a que se assiste presentemente nesta terra já tão martirizada em termos de paisagem urbana.

 

DESRESPEITO PELOS MONUMENTOS

Acresce que sendo Albufeira uma cidade com tão poucos monumentos dignos desse nome - cinco igrejas que nos legaram os nossos antepassados e pouco mais - é atentatório dos nossos interesses culturais que se deixe pintar de azul berrante um hotel paredes-meias com um desses monumentos (por sinal, restaurado muito recentemente com o apoio do Município). Tal como é atentatório da cultura do nosso povo que nos espaços envolventes dessas raridades monumentais continuem a não ser impostos condicionalismos à construção, por forma a preservar a sua dignidade e a manter o relevo que lhes é devido.

 

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