Herança Polis
MISERICÓRDIA ALVO DE DISCRIMINAÇÃO
ZÉ D'ALBUFEIRA d.r.
Depois de espoli(s)ada, a Misericórdia não vê reconhecido por quem de direito o direito a uma entrada própria, no mínimo idêntica à que lhe foi retirada.
Expliquemos.
Aquando da malfadada intervenção Polis, a Santa Casa da Misericórdia de Albufeira foi coagida a ceder o terreno para abertura do novo arruamento que faz a ligação entre o INATEL e a Rua do Oceano. Não obstante ter sido vítima da panelinha entre a Sociedade PolisAlbufeira e a Segurança Social distrital (proprietária dos terrenos; a SCMA tem o direito de superfície) a centenária Irmandade albufeirense cedeu de bom grado ao interesse público, não sem que antes tivesse, legitimamente, pedido algumas pequenas contrapartidas. Prometidas mas nunca cumpridas. Contando-se entre elas uma entrada condigna, em substituição da então existente à beira do passeio da Rua Almirante Gago Coutinho.
O local onde, naturalmente, face ao ordenamento dado aos novos arruamentos, fazia sentido considerar a entrada das instalações sociais da Santa Casa, é-lhe negado com a alegação de que se trata de espaço público, remetendo os seus domínios para lá do início da calçada, algumas dezenas de metros acima. O que não faz qualquer sentido, uma vez que o troço em questão apenas serve a Santa Casa e mais ninguém. Não se percebendo que a Câmara tivesse mandado retirar uma corrente que a Santa Casa ali colocou (e muito bem, quanto a nós) para reservar o acesso de veículos. Resultado: impossibilitada de ser senhora da sua entrada, a Misericórdia vê amiúde obstruída a circulação do autocarro e de algumas carrinhas de serviço, por irregular estacionamento de veículos, sobretudo no verão. Mas não só no verão. Ainda recentemente uma viatura do Município ali estacionada em contravenção e a impedir a passagem teve de ser retirada pelo chefe dos motoristas da Câmara, utilizando uma segunda chave, por não ter sido possível localizar o condutor. Soube-se mais tarde, tinha ido ao balcão da Segurança Social. Muito provavelmente para tratar de assunto da edilidade...
Mas não é tudo.
A confirmar a discriminação de que é alvo a Misericórdia, a Fundação Silva Leal, que explora a creche O Búzio (para além de outros equipamentos sociais e de saúde do concelho) tem direito a parque privativo no espaço público, mesmo ao lado da entrada negada à Santa Casa, que se dá aos mais pobres entre os pobres e assiste aos que a sociedade rejeita.
*foto ALBUFEIRAsempre
d.r. SCMA