Apesar da crise
CONSUMISMO AUMENTA
ZÉ D'ALBUFEIRA d.r.
Desengane-se quem acreditou que a crise instalada levaria as pessoas a reduzirem os gastos na época de Natal que estamos a viver.
O consumismo continua à rédea solta e, a dois dias do Natal, as transações com recurso ao dinheiro de plástico já somam mais 4,3% do que em dezembro do ano anterior. É a SIBS, empresa que gere o Multibanco, quem o afirma.
Os próprios comerciantes, aliás, já esfregam as mãos de contentes, uma vez que as vendas de Natal estão a atingir níveis a que não estavam há muito habituados. Isto verifica-se particularmente nos setores do vestuário, eletrodomésticos, multimédia e novas tecnologias, bebidas e mercearias finas. Claro que as grandes superfícies e lojas integradas em centros comerciais são as mais beneficiadas.
Se pensarmos que a preferência pelos carros das gamas média e alta, registada no último trimestre, marca a tendência entre as famílias com mais posses – é caso para se dizer que está cada vez mais alargado o fosso entre ricos e pobres.
Porque não podemos esquecer que aumenta assustadoramente o número daqueles para quem o limiar da pobreza já foi ultrapassado. E que são muitos mais os que dele se aproximam perigosamente. Ao ponto de terem de recorrer, para manter uma alimentação condigna, à caridade alheia, nomeadamente aos restos de restaurantes e cantinas.
Enquanto este contraste é cada vez mais gritante, os nossos governantes continuam impávidos e serenos no seu pedestal, qual orquestra do Titanic a tocar alegremente enquanto o navio se afunda.