A cores muito feias
RETRATO DE ALBUFEIRA
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É inquestionável que a cidade de Albufeira se tornou num centro cada vez mais procurado por todo o tipo de indivíduos das mais diversas origens. São os que aqui vêm trabalhar e gozar as suas férias, são os que vêm investir desenfreadamente em sectores de negócio geradores de grandes e rápidos lucros, nomeadamente, na construção imobiliária, na restauração e em equipamentos de diversão nocturna e são, ainda, outros que, a coberto de uma aparente legalidade, levam a efeito negócios pouco claros e arredios da lei, principalmente os relacionados com o tráfico de droga e lavagem de dinheiro. A construção imobiliária é o paradigma do autêntico caos urbanístico em que Albufeira se transformou e agora ainda mais acentuado com obras do abjecto Programa Polis. Constrói-se em todo o lado, de forma quase anárquica, desrespeitando o PDM (parece que este só é evocado para impedir construções de particulares, porque para os "patos bravos" é perfeitamente violado e sem consequências) perante a complacência e, quiçá, a conivência da Câmara, descurando-se o equilíbrio arquitectónico do concelho e renegando-se mesmo a cor branca dos edifícios que outrora constítuia lema desta terra. O branco vai sendo substituído pelas mais variadas cores. A "Legolândia, digo, a Marina é o exemplo mais gritante do que acabo de afirmar. Com efeito, não se consegue entender quais os critérios adoptados pela Câmara para exigir que uns edifícios sejam pintados de branco no exterior e que outor escapem a esta exigência. Certamente pretender-se-á uma cidade plicromática, talvez mais próxima das cores do arco-íris,aliás, um espectro colorido cada vez mais na moda. A construção desenfreada e sem critério, complementada com as "inovações" (aberrações) do Polis, contribuiu para que Albufeira perdesse todas as características que a tornaram conhecida em todo o lado. Contudo, os interesses económicos falaram mais alto e aí está o resultado: a massificação do turismo com a inerente falta de qualidade. Por tudo isto, Albufeira passou a ser um destino de eleição para aqueles que apenas veêm nesta cidade uma oportunidade aliciante de fazer fortuna recorrendo a "habilidades" e modos de vida que, em muitos casos, se desenvolvem à margem da lei; a especulação imobiliária é uma facto por de mais evidente. É ver como por aí pululam indivíduos que ostensivamente evidenciam sinais exteriores de riqueza, visivelmente incompatíveis com as actividades que desenvolvem. Sobem na vida vertiginosamente. Qual será o segredo ? Voltando aos caos, se chovesse seria ao dilúvio, não posso de deixar de fazer algumas considerações sobre a baixa de Albufeira que, há já algum tempo não visitava durante a noite. Fiquei perplexo com a balbúrdia que ali se vive. Vê-se de tudo: pedintes, malabaristas, caricaturistas, pintores, músicos, acrobatas, que se misturam com a multidão que por ali deambula. Aquilo mais parece um mercado medieval acrescido de um toque de modernidade que lhe é dado pela existência de consumidores e traficantes de droga. Onde outrora existira um jardim, passou a haver um espaço em betão com degraus e no topo um tanque, além de 3 ou 4 blocos de granito a que chamam de bancos e, ainda, algumas palmeiras desordenadamente plantadas. Este espaço é circundado por ruidosos bares e restaurantes com as respectivas esplanadas que, ocupando grandes extensões do espaço público, contribuem para uma maior confusão, dificultando a mobilidade das pessoas. Estes bares emitem para o exterior um ensurdecedor ruído provocado pela música que, na maioria dos casos é amplificada ou tocada ao vivo, desrespeitando com toda a naturalidade a lei regulamentadora do ruído, perante a passividade das autoridades incumbidas de reprimir tais abusos. Estas passam por aqueles locais e limitam-se a ignorar o que veêm e ouvem, como se tudo aquilo estivesse dentro dos limites legais, não mostrando a mínima intenção de por cobro a tais abusos. É espantoso ! Exige-se, pois, que as autoridades façam cumprir a lei - é para isso que ela existe - contribuindo deste modo para eliminar o terreno pantanoso da impunidade em que vivemos. Os prevaricadores são conhecidos e às autoridades não lhes faltam instrumentos legais para cumprir a sua missão. ACTUEM !!!! A maioria da população aplaudirá.
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