Austeridade
Uma no cravo...
...outra na ferradura
ZÉ D'ALBUFEIRA
d.r.
Se o meu amigo Arménio Aleluia Martins tivesse retardado em alguns dias o lançamento do livro “Gente de Boliqueime”, o mais recente subsídio deste lídimo porta-voz do Algarve e dos algarvios para a divulgação das terras e das gentes que o envolvem e com que intrinsecamente se identifica, ver-se-ia obrigado a acrescentar na nota biográfica de Aníbal António Cavaco Silva o seguinte: «dá uma no cravo e outra na ferradura».
Então não é que o PR, mais uma vez metendo os pés pelas mãos, julgando que os portugueses ainda se deixam enganar facilmente, veio repetir que não é possível haver novo recurso à austeridade…? Isto praticamente em simultâneo com a promulgação do contestadíssimo código laboral – que inegavelmente representa, afinal, um crescendo de austeridade sobre os trabalhadores e as famílias, já tão sacrificadas por medidas intoleráveis de pseudo ataque à crise por parte do (mau) governo que em má hora nos coube em sorte…
Numa altura em que o executivo, por incompetência, não consegue minimamente controlar o défice, o presidente, em vez de fazer uso da autoridade que a Constituição e o sufrágio direto lhe concedem para pôr cobro definitivamente a esta escandaleira que é fazer os pobres pagarem os desmandos dos capitalistas, continua a permitir que o poder impunemente nos conduza para o abismo. Agindo como a orquestra do Titanic que, completamente alheia à realidade, continuou a tocar enquanto o navio se afundava.
Sim ou não
Já era esperado. Ou não fosse a ERC emanação do governo de que faz parte Miguel Relvas – o todo poderoso.
O órgão regulador (ou tutelar?) da comunicação social veio por estes dias declarar do alto da sua cátedra que o ministro-adjunto exerceu sobre a jornalista do ‘Público’ uma «pressão inaceitável mas não ilícita» (3 votos contra 2). Mas, afinal, o que é isto? Andam a gozar com a malta?
(Minha coluna de opinião "Antes do mais" no «barlavento» de ontem, 28/06/2012)