Polícia Marítima proibe mergulhos do pontão

ZÉ D'ALBUFEIRA                           d.r.

Os agentes da Polícia Marítima de serviço em Albufeira, talvez por não terem mais bolas de berlim para apreender, voltaram-se a semana passada para os banhistas que gostam de dar uns mergulhos no pontão da praia dos pescadores. Vai daí levantaram-lhes processos de contraordenação sujeitando-os a coimas que vão dos 400 aos 2500 euros.

Prestáveis teriam sido se punissem exemplarmente os responsáveis dos organismos governamentais, nacionais e regionais, com tutela sobre o mar e as praias que, três anos volvidos sobre a quebra do referido pontão sob a força das ondas, ainda não procederam à devida reparação.

O comandante do porto de Portimão veio a terreiro dar cobertura aos procedimentos dos seus subordinados, alegadamente por se estar em presença de uma proibição decretada no ano passado por alegados acidentes com mergulhadores que, em boa verdade, não registámos. Acidentes naquele local, a existirem, serão simples luxações, entorses ou pequenas feridas superficiais idênticas às que ocorrem raramente em qualquer praia onde há rochas ou molhes artificiais. Sempre por culpa da conduta pessoal, atuação e movimentação das vítimas.

Se fosse seguida numa perspetiva mais abrangente a filosofia do senhor comandante e da autoridade marítima [porquê militares a controlar civis num estado de direito democrático com as forças armadas constitucionalmente subjugadas ao poder civil?], então, por maioria de razão, ser-nos-ia vedada a frequência de praias onde já ocorreram afogamentos! Ou seríamos proibidos de circular em estradas onde antes se tivessem registado acidentes mortais…

*foto ALBUFEIRAsempre (arquivo)

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