Crónica de Albupalmeira
ÁNGEL B. REPOLLO, nosso correspondente
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Afinal, queridos hermanos, fiquei muito desapontado com a visita a Albufeira.
Ao contrário de Albupalmeira, as palmeras da avenida principal (de las Descubiertas) estão raquíticas e sem vigôr. Precisam ser melhor tratadas. O lixo abunda por todo o lado, excepto à volta do Ayuntamiento, onde tudo está muito varridinho.
A plaza central, aí chamada meia-laranja, tem muitas zonas desprovidas de granito, o que lhe empresta um ar de pobretanas.
Em alguns lugares da ciudad continua a ver-se resquícios do passado. Há coisas que deveriam ter sido destruídas, para que as pessoas não se prendam a mesquinhices de tradições ou de ultrapassadas memórias colectivas. É preciso olhar exclusivamente para o futuro, como nosotros fazemos aqui em Albupalmeira.
Também fiquei muito mal impressionado com a vossa playa. A principal, a única que tive oportunidade de visitar. O que resta do paseo marginal é uma vergonha. Um autêntico convite a que lá se façam, à noite, poucas-vergonhas. Devia ter sido totalmente destruído. Assim como deviam ter deitado abaixo o Peneco. Aquilo é inestético ali no meio do areal. Já a esplanada do Túnel, não se compreende que seja tão devassada: deveria ser exclusiva do hotel.
Outra coisa que me pareceu mal é manterem todas aquelas casitas antigas na zona antiqua da rua Nova e ruas limítrofes. Devia ir tudo abaixo. Para dar lugar a arranha-céus. E lucros fabulosos aos patos-bravos que, segundo me disse um amico que fiz na tasca do Viegas, vêm aos magotes do norte e centro do País. E, coitados, têm tido dificuldades em obter o ganha-pão.
Também não percebi - nem ninguém me soube explicar - por que é que os relógios de sol têm a hora certa com a hora oficial de España. Será porque os não atrasaram no fim-de-semana passado?
De fim-de-semana vou eu. E já. Para a minha querida terrinha. Quem me tira Albupalmeira tira-me tudo.
Albufeira nunca mais.