Advogados correm para a Câmara de Albufeira
Três são os candidatos – todos advogados – já assumidos na corrida à Câmara de Albufeira.
Fernando Anastácio (PS), Carlos Silva e Sousa (PSD), ambos repetentes, e Ana Vidigal (CDS) apresentam-se ao eleitorado depois de escrutinados pelas estruturas locais e nacionais dos respectivos partidos.
Bernardo Correia
É a segunda vez que Fernando Anastácio e Silva e Sousa se candidatam à liderança do Município. Mas será o primeiro confronto direto entre ambos numas eleições autárquicas que prometem muita luta atendendo ao desgaste dos últimos anos da gestão social-democrata em Albufeira. E a que não será alheio, certamente, também o efeito das políticas de austeridade que têm vindo a ser levadas a cabo pelo Governo PSD/CDS. E a consequente subida dos socialistas nas sondagens a nível nacional. Resta saber até que ponto o descontentamento do País pode influenciar o eleitorado da capital do turismo, onde o PSD nas autárquicas de 2005 e 2009 deu autênticas banhadas ao PS.
Em 2005 Fernando Anastácio perdeu para Desidério Silva depois de ter protagonizado a mais cara campanha de sempre do Partido Socialista no concelho de Albufeira. Desta feita, o conhecido empresário albufeirense está a preparar cuidadosamente a sua equipa e um projecto de futuro inovador para Albufeira, com o qual conta poder conquistar o eleitorado e lançar uma nova estratégia de desenvolvimento sustentado.
Já Silva e Sousa, atual presidente da Assembleia Municipal e candidato derrotado há 16 anos pelo entretanto falecido Arsénio Catuna (PS), aparece agora com uma nova pujança depois de ter vencido uma luta de titãs travada no seio do seu partido com o presidente da Câmara em exercício (J. Carlos Rolo, substituto de Desidério Silva que pediu a suspensão do mandato para assumir a presidência do Turismo do Algarve), a que acresce algum benefício da projecção mediática eventualmente resultante das funções de deputado na Assembleia da República a que foi chamado há semanas atrás.
Por banda do CDS, um partido que em tempos longínquos já teve assento no executivo municipal, foi anunciada muito recentemente a candidatura de Ana Vidigal, vereadora pelos social-democratas no primeiro mandato de Desidério Silva, tendo-se incompatibilizado com este aquando da constituição das listas para as eleições que se seguiram. Ana Vidigal terá tido então a pretensão de encabeçar o elenco laranja, mas acabou por ficar de fora. Na altura surgiram rumores de que alegadamente se teria oferecido ao Partido Socialista, sem qualquer efeito prático.
A CDU está em fase de definição do perfil do candidato a apresentar. Os comunistas, que, também em tempos longínquos, já foram partido charneira na C.M. Albufeira, não querem deixar fugir esta oportunidade soberana de voltar a eleger um vereador. É que os descontentes do PSD não vão necessariamente cair no regaço do PS, cuja governação desastrosa de Sócrates não é fácil esquecer. Com um bom candidato, a merecer a confiança do eleitorado do centro-esquerda que não se reveja no PSD nem no PS e em caso de empate de mandatos entre estas duas forças partidárias, um vereador comunista poderá transformar-se no fiel da balança, aumentando consideravelmente o poder de um só representante que poderá eventualmente ter influência decisiva na política local.