22 de maio
Dia do Autor Português
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Diário sobre Albufeira.
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Dia do Autor Português
Mais para ler
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Manuel dos Santos Serra
2014
O sol insiste
A cortina húmida dos olhos persiste
As cidades
As grandes planuras,
A epiderme verde das montanhas,
Os rios languidos de sede,
Escondem-se na bruma.
A sagrada aliança
Do sol nas flores
E a razão do olhar
Lhe pintar as cores,
Quebrou-se na prisão
Fechada ao ar livre
A cadeados de agonia,
De um povo exilado da alegria
A cumprir pena
Às mãos da tirania !
Manuel dos Santos Serra, in Arquipélago de Vozes
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Portimão Terra da Sardinha
ALBUFEIRA SEMPRE
ZÉ D'ALBUFEIRA
Sou um felizardo.
Por especial deferência da Confraria Gastronómica da Sardinha de Portimão, que em boa hora a editou, chegou-me às mãos a obra 'Portimão Terra da Sardinha', recentemente dada à luz com o patrocínio do Município local.
Sem prejuízo de futura apreciação, após leitura atenta - o que se me apraz adiantar por ora, na sequência de breve e sucinta análise superficial, é, no mínimo, tratar-se de um livro muito bem elaborado (nos aspetos gráfico e documental), sem dúvida uma obra valiosíssima do ponto de vista histórico, mas também científico, económico, etnográfico e... gastronómico.
Estão de parabéns a Confraria, a Câmara Municipal e quantos, de algum modo, participaram nesta feliz iniciativa, de inegável valor social no presente e no futuro da cidade de Portimão e das suas gentes.
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Inovação ambiental
Dissimulação dos baldes de lixo e armários de eletricidade
entre aromáticas flores de jardim
com vista à preservação do ambiente
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Manuel dos Santos Serra
Velhice
A vida tornou-se rasa
Sem sinais de percurso
A marcar obrigações,
Não tem curvas
Nem paragens,
É uma sombra do antes
De sobrepostas imagens
Manuel dos Santos Serra, in Arquipélago de Vozes
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Com USF Sol Nascente / CSAlbufeira
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Manuel dos Santos Serra
As mulheres do Sul
Morenas
De cabelos negros
Olhos cintilantes como estrelas
E o corpo sinuoso de serpente,
Lembram bailarinas
Das mil e uma noites
As mulheres mediterrânicas,
Essa obra de perfeição de Deus
Misturada de tentações satânicas!
Manuel dos Santos Serra, in Navio Ancorado ao Sol
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1º de Maio
Há Maio em cada rosto
em cada olhar
que passa pelo asfalto da Avenida
Há Maio em cada braço
que se ergue
há Maio em cada corpo em cada vida
Há Maio em cada voz
que se levanta
há Maio em cada punho que se estende
há Maio em cada passo
que se anda
há Maio em cada cravo que se vende
Há Maio em cada verso
que se canta
há Maio em cada uma das canções
há Maio que se sente
e contagia
no sorriso feliz das multidões
Há Maio nas bandeiras
que flutuam
e mancham de vermelho
o céu de anil
Há Maio de certeza
em cada peito
que sabe respirar o ar de Abril
Mas há Maio sobretudo
no poema
que se escreve sem ler o dicionário
porque Maio há-de ser
mais do que um grito
porque Maio é ainda necessário
Canto Maio e se canto
logo existo
que o meu canto de Maio é solidário
com o canto que escuto
e em que medito
e que sai da boca do operário
Fernando Peixoto in Movimentum Arte e Cultura
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Manuel dos Santos Serra
Ritual da primavera
De braços abertos a cair do céu
Nos braços da mulher amada,
O sol de Abril abraça a Terra
A levedar-lhe o gineceu
A Natureza seduzida a florir
Beijos lascivos
De um fruto a prometer,
como beijos em lábios sequiosos de donzela
Ainda flor de um filho por nascer
Sémen multíparo
Desse amor cósmico fecundo,
O sol engravida a Natureza
E nasce a Primavera
Manuel dos Santos Serra, in Arquipélago de Vozes
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