A poesia de
albufeiradiario, 14.01.17
Maria da Conceição Elói (Madressilva)
Saudade
Andam meus olhos tristes e cansados,
E para mim é tudo indiferente,
Nem aprecio, como antigamente,
Os perfumes subtis e delicados.
Da mágoa imensa que a minha alma sente,
A meus ouvidos, chegam sons magoados,
Na vida os passos, são descompassados
Pela presença de outra vida ausente…
Sinto na alma aquela chama estranha
Que de hora a hora, sempre me acompanha
Num misto de tortura e ansiedade.
É uma dor, velada de incerteza,
É tão sentidamente portuguesa,
A que nós damos nome de saudade.