Armar o maio
Tradição que se perdeu
ZÉ D'ALBUFEIRA
Armar o Maio (ou a Maia) era uma tradição muito querida entre as gentes do Algarve que, há pouco menos de meio século, ainda era costume fazer-se em Albufeira.
O Maio era um boneco geralmente feito de palha, coberto de trapos, a imitar uma figura humana vestida com traje algarvio, colocado em local frequentado da via pública, à volta do qual as gentes da terra festejavam a renovação da Natureza (própria da Primavera). Comiam-se figos secos, recheados ou em estrelas, e bebia-se aguardente de medronho.
Hoje, caíu em completo desuso. E as pessoas com menos de cinquenta anos nem sabem o que isso é.
Havia diversos Maios em Albufeira, montados por populares, quase sempre à porta de tabernas. Lembro-me de um no Rossio, outro na Meia Laranja, um outro no Cais e outro ainda na Estrada de Quarteira. Pelo campo havia vários. Era a maneira de o povo festejar à sua maneira, nalguns lugares cantando e dançando.
Estes festejos do primeiro dia de Maio, aliás, tinham origem longínqua no tempo. Porventura entre os Romanos, que celebravam exuberantemente nesta data a deusa Maia, oferecendo sacrifícios em sua honra.
NR - Em Olhão e Tavira, graças à carolice de uns quantos moradores, ainda se armam os Maios.