Autárquicas 2021 / Albufeira
Candidatos tentam camuflar debilidades
ALBUFEIRA SEMPRE (arquivo)
ZÉ D'ALBUFEIRA
Terreno fértil de observação e análise, a pré-campanha eleitoral oferece-nos um conjunto de constatações reveladoras de verdades endógenas, que as próprias candidaturas procuram ocultar - e que o observador minimamente atento logrará descobrir com um pouco de intuição.
Desde logo, o afastamento forçado de Ana Pífaro das listas do (nunca eleito) presidente Rolo.
A actual vice-presidente da CMA tem gente a favor e gente contra, é óbvio. Como albufeirense e filha de albufeirenses, tem pugnado pela terra tanto quanto lho permitem a função e a competência que lhe é reconhecida. Não poucas vezes, abdicando da vontade própria em função do dever de lealdade ao Rolo – beliscando assim a sua própria imagem pública.
É, por isso, face à sua reconhecida lealdade, por muitos considerada uma pulhice o que lhe fizeram. Isto é, não tendo coragem de assumir a rejeição, colocaram-na em lugar não elegível, forçando-a despudoradamente a não aceitar, de modo a criar no eleitorado a ideia de que a opção é dela exclusivamente.
Num outro quadrante, Abel Zua, ao lançar publicamente apelos diários, às vezes mais do que um no mesmo dia, à recolha de assinaturas para formalização do processo burocrático, deixa transparecer uma notória dificuldade na obtenção das 1.200 firmas exigidas pela lei.
Denotando, claramente, que o respetivo staff é insuficiente ou de competência limitada.
Por seu turno, Desidério Silva, que deixou obra feita nos seus mandatos, reconheça-se, mas também praticou actos que causaram desagrado geral e ainda hoje os munícipes não esqueceram, é tentando relevar aquela que procura esquecer estes.
A exaltação da obra feita visa inegavelmente fazer olvidar o que mais desagradou aos albufeirenses.
Por banda de Ricardo Clemente, o que mais surge à tona é a ideia de que a candidatura assenta num partido de governo nacional, mas com fraca estrutura local. Daí o verbalismo que anuncia uma renovação, desejada por muitos mas ainda não respaldada num programa concreto.
A task force usa e abusa do anúncio de uma 'estratégia' sem definir qual ela é com dados consistentes e exequíveis.
Até parece já adquirida pelo PS como certa uma vitória por exclusão de partes, dada a divisão de votos do centro e centro-direita, que, nas últimas décadas, sempre ditaram as maiorias em Albufeira, pelos três candidatos dessa área.
Como habitualmente, do PCP/APU é sempre difícil tirar ilações.
E do chega que não chega não reza a História.