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Albufeira Sempre

Diário sobre Albufeira.

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Eleições autárquicas

albufeiradiario, 18.02.21

Criadas novas dificuldades aos grupos de cidadãos independentes

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                                                                                                                      ALBUFEIRA SEMPRE (arquivo)

ZÉ D'ALBUFEIRA

Os partidos do 'bloco central' infligiram um rude golpe na democracia aprovando, no verão passado, em final de sessão legislativa e quase na (semi) clandestinidade, sem o menor debate propiciador do conhecimento público, legislação que dificulta deliberadamente as candidaturas de grupos de cidadãos independentes - isto é, sem apoio partidário  - aos órgãos do Poder Local. 

PS, a quem nada resta de socialismo em liberdade, e PSD, que há muito deixou de ser social-democrata, ambos transformados em liberalzecos-não-assumidos de segunda ordem e defensores de interesses, por vezes obscuros e nem sempre legítimos, de grupos de poderosos que neles se instalaram - temendo o aumento da concorrência de cidadãos apartidários nas disputas autárquicas, pura e simplesmente resolveram aliar-se, tal como fazem sempre que lhes convém, para prostituir os direitos dos munícipes em matéria eleitoral, criando desta forma dificuldades acrescidas ao regular funcionamento das freguesias e dos municípios.

O Poder Local democrático constituíu  sem sombra de dúvida uma das mais importantes conquistas do 25 de Abril, pelo que a limitação do acesso aos órgãos autárquicos configura um claro atropelo ao livre exercício da cidadania então devolvido ao povo português e até hoje praticado com elevação.

A marosca só veio a lume recentemente porque o presidente da Câmara do Porto, eleito por um grupo de cidadãos, a denunciou, sem o que quase teria passado incólume, tal o segredo com que a trataram os partidos conluiados. E também os restantes partidos com assento parlamentar, desencadeadores por vezes de autênticas tempestades por dá cá aquela palha, se remeteram ao silêncio, vá lá saber-se porquê...

Entretanto, a Associação Nacional dos Movimentos Independentes (AMAI)  já veio a terreiro questionar a constitucionalidade dos novos diplomas, cuja aplicação repudia.

Quando assistimos a um recrudescer dos perigos que minam o Estado de Direito, eis que aqueles que o deviam defender na primeira linha lhe causam um rombo de consequências imprevisíveis.

No mínimo lamentável.