Serviço Nacional de Saúde
SNS não tem prejuízos:
tem custos sociais
SUL Informação
ZÉ D'ALBUFEIRA
Já o escrevi e reafirmo: de todo discordo que se diga que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem prejuízos astronómicos, porque isso não corresponde à verdade.
Quando muito, dir-se-á que o SNS tem custos - custos sociais a que o Estado deve fazer face obrigatoriamente, para garantir a qualidade de vida dos cidadãos, tal como a educação, os transportes, as infraestruturas territoriais e outros.
Recentemente, veio a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) apontar "consecutivos prejuízos anuais", de que resulta um "passivo total (que) no fim de 2018 ascendia a 3,8 mil milhões de euros".
Não são prejuízos, são custos de investimento - que têm um retorno assegurado na manutenção de cidadãos saudáveis nas atividades produtivas (e na infância e juventude como na terceira idade), o mesmo será dizer num futuro de progresso para Portugal e os portugueses.
A UTAO devia preocupar-se, isso sim, com os milhões enterrados nos bancos para tapar buracos (eu diria grutas) provenientes das vigarices de banqueiros e empresários sem escrúpulos, desde que lhes foram sendo devolvidos de mão beijada, por sucessivos governos, os velhos negócios e privilégios do Estado Novo.
Desses milhões é que nunca mais veremos a cor, nem nós nem as gerações vindouras, bem assim os enterrados na EDP, na REN, na TAP, nos CTT, na PT e em muitos, muitos outros casos que me excuso de enumerar mas toda a gente conhece.