Discordo de todo da entrada da Guiné Equatorial na CPLP. Porque não é um país de língua portuguesa. Pura e simplesmente.
Outros há que também não concordam, esgrimindo porém argumentos bem diversos. Como este: a Guiné Equatorial é um dos mais repressivos regimes de África, logo não é conforme aos estatutos da CPLP, organização que se rege "pelo primado da Paz, da Democracia, do Estado de Direito, dos Direitos Humanos e da Justiça Social".
Com este argumento, até alguns dos países que falam a língua de Camões não teriam lugar na Comunidade...
Uma nova versão de We are the World, o êxito de há 25 anos de Michael Jackson e Lionel Ritchie, foi lançada para ajudar o povo haitiano a renascer das cinzas. A obra foi apresentada esta madrugada durante a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno a decorrer em Vancouver, no Canadá.
Na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, que hoje é celebrado em todo o mundo, o Papa Bento XVI foca as suas preocupações na "crise ecológica" e apela à comunidade internacional para que tome medidas que travem as alterações climáticas.
A mensagem do chefe da Igreja Católica surge na sequência da Conferência de Copenhaga sobre o clima e tem como tema: "Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação". Para o Papa, é necessário reconhecer que "entre as causas da actual crise ecológica" está a "responsabilidade histórica dos países industrializados".
Bento XVI fala também dos "refugiados ambientais", ou seja, "pessoas que, por causa da degradação do ambiente onde vivem, se vêem obrigadas a abandoná-lo – deixando lá, muitas vezes, também os seus bens – tendo de enfrentar os perigos e as incógnitas de uma deslocação forçada".
Segundo o Santo Padre, as várias situações de crise que o mundo atravessa - de carácter económico, alimentar, ambiental ou social – "são também crises morais e estão todas interligadas".
Ocorre hoje um aniversário feliz para a Humanidade, porventura uma das datas mais marcantes da nossa História Contemporânea: a queda do muro de Berlim.
Ficou universalmente conhecido como Muro da Vergonha, porque constituiu, de facto, uma autêntica vergonha para todo o Mundo.
Construído em 1961, em pleno período de guerra fria, pela então República Democrática
« Wir sind das Volk»
(nós somos o Povo)
Grito entoado pelos berlinenses no dia 9 de Novembro de 1989
Alemã, este monstro - verdadeiro escarro para a Humanidade - que separou fisicamente as duas alemanhas (a RDA pró-soviética e a RFA pró-ocidental), surgiu na sequência (i)lógica mas dramática da decisão tomada após o final da Segunda Guerra Mundial de dividir o território alemão pelas quatro potências vencedoras. Tendo resultado, na prática, uma divisão por dois. De um lado os países ditos socialistas, sob a supremacia da União Soviética . Do outro, o autodenominado mundo ocidental, comandado pelos Estados Unidos.
Após 28 anos de separação imposta pela presença horripilanda do monstro e pelas divergências acentuadas entre os chefes políticos de ambas as partes, o muro foi finalmente derrubado por força da vontade de um povo, não sem o apoio de estadistas influentes, mormente os novos líderes democráticos dos antigos países da cortina de ferro, simbolizando o fim da guerra fria e o começo de uma nova era no convívio entre as nações.
Passou hoje mais um Dia Internacional sem qualquer efeito prático. Refiro-me ao Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que resulta de acordos celebrados com grande pompa e circunstância entre organizações internacionais que não passam de mera propaganda dos países ricos para consumo dos milhões de seres humanos que passam fome em todo o Mundo. E em Portugal também.
1 em cada 5 portugueses, ou seja 21 % da população do nosso País, vive no limiar da pobreza !
No último decénio houve um agravamento substancial do número de sem-abrigo em Portugal: mais 25 % !
Sabiam? Claro que não. Porque a propaganda oficial esconde este escândalo, que devia estar na primeira linha das preocupações dos nossos governantes. Mas não está.
LEIA MAIS AQUI.Mas leia mesmo: não faça de conta que isto não é consigo.
ACTUALIZAÇÃO (18/10/09 às 05h00)
POBREZA AUMENTOU NOS PRIMEIROS 6 MESES DESTE ANO
Segundo informação da AMI - Assistência Médica Internacional, veiculada pelo Jornal de Notícias, a pobreza envergonhada aumentou assustadoramente em Portugal no primeiro semestre do ano em curso. "A pobreza encoberta grassa silenciosa pelas ruas das nossas cidades", diz a AMI. Espreite aquia notícia do JN.
Dez anos passaram sobre o começo (formal) da independência da República Democrática de Timor-Leste. O nascimento de uma Nação é sempre motivo de enorme alegria para os amantes da liberdade e defensores da emancipação dos Povos, principalmente quando estes vêm de períodos negros de jugo imperialista, castrados nos seus direitos mais elementares, como foi o caso dos habitantes daquela região dos confins do mundo, parte integrante de Portugal até à ocupação perpetrada pela Indonésia. Foi por isso com alegria imensa que nós portugueses vivemos esse acontecimento de há uma década, no qual Portugal teve participação decisiva.
Gostaria de assinalar esta efeméride com algo de significativo dirigido aos meninos (que são o futuro) de Timor-Leste. Talvez um poema... simples, humilde poema repleto do amor e solidariedade que me enche o coração quando penso naquele Povo que continua aos trambolhões em busca da Paz. E de um Estado consolidado que, verdadeiramente, ainda não tem.
Não fui dotado, infelizmente, de veia poética - não posso escrever o poema que me vai na alma. Socorro-me, por isso, d' Os meninos de Huambo do Paulo de Carvalho (até pela similitude de situações) para os envolver num grande abraço à volta da língua e da História que nos une.
OS MENINOS DE HUAMBO
Letra e música de Rui Monteiro
Interpretado por Paulo de Carvalho
Com fios feitos de lágrimas passadas Os meninos de Huambo fazem alegria Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas E no céu descobrem estrelas de magia
Com os lábios de dizer nova poesia Soletram as estrelas como letras E vão juntando no céu como pedrinhas Estrelas letras para fazer novas palavras
Os meninos à volta da fogueira Vão aprender coisas de sonho e de verdade Vão aprender como se ganha uma bandeira Vão saber o que custou a liberdade
Com os sorrisos mais lindos do planalto Fazem continhas engraçadas de somar Somam beijos com flores e com suor E subtraem manhã cedo por luar
Dividem a chuva miudinha pelo milho Multiplicam o vento pelo mar Soltam ao céu as estrelas já escritas Constelações que brilham sempre sem parar
Os meninos à volta da fogueira Vão aprender coisas de sonho e de verdade Vão aprender como se ganha uma bandeira Vão saber o que custou a liberdade
Palavras sempre novas, sempre novas Palavras deste tempo sempre novo Porque os meninos inventaram coisas novas E até já dizem que as estrelas são do povo
Assim contentes à voltinha da fogueira Juntam palavras deste tempo sempre novo Porque os meninos inventaram coisas novas E até já dizem que as estrelas são do povo
Não tem veia poética, o Ruy Cinatti dá uma ajuda. Não é Timorense, nasceu em Londres, neto do Cônsul nacional na capital Britânica. Dizia "Timor prendeu-me com cadeias de ferro (...)" e deixou-nos esta pérola (morreu em 1986):
Meu irmão, meu irmão branco, de cor, como eu também! Aceita a minha aliança. Bebe o meu sangue no teu.
Se te sentires timorense, bebe o teu sangue no meu.
Lenço enrolado nas mãos, apertadas, pele na palma. Não o quero maculado. Quero-lhe mais que à minha alma.
É penhor de uma aliança. Quero-lhe mais que à minha alma.
Tenho o meu coração preso a um símbolo desfraldado; Um desenho atribuído, pelas minhas mãos hasteado.
Não piso a sombra de um símbolo pelas minhas mãos hasteado.
No Tata-Mai-Lau aprendo alturas que ninguém viu na terra de Português. Hasteei-lhe uma bandeira.
Timor deu a volta ao mundo. Hasteei nele a bandeira.